Depois de assumir o desejo de voltar à Seleção Nacional, sem qualquer obsessão, Josué recorda na entrevista ao Maisfutebol os primeiros dias nas escolinhas do FC Porto.

O esquerdino, agora com 24 anos, ainda fez um treino no Salgueiros, onde conheceu Silvino Louro. O coração, porém, já era completamente azul e branco. Depois, no pelado da Constituição, o seu pé esquerdo fez o resto.


Soma quatro internacionalizações pela Seleção A. Estar a jogar e a marcar golos na Turquia aproxima-o das escolhas de Fernando Santos?
«É um objetivo meu voltar à Seleção Nacional, claro. Neste momento não penso muito nisso, se tiver de ser chamado, ótimo. Estou muito contente com o meu clube, o clube comigo e isso é o mais relevante».

Que análise faz do desempenho da seleção no Mundial?
«Senti-me um bocadinho frustrado. Pensei que íamos mais longe. A realidade foi outra. Porquê? Não sei. Agora temos de nos qualificar para o Europeu».

Já recebeu algum contato do novo selecionador nacional?
«Não, nunca. Acompanho as notícias, mas nunca fui contatado pelo selecionador ou por algum adjunto dele. Sei que o Raul Meireles foi observado, mas creio que a Bursa não veio ninguém da FPF».

Como é que o futebol federado surge na sua vida? Como é que tudo começou?
«Bem, eu jogava muito à bola no meu bairro [perto de Ermesinde] e aos sete anos e meio o meu pai, que trabalhava fora do país, leu no Jornal de Notícias que o FC Porto estava a fazer captações. Perguntou-me se eu queria ir lá e eu disse logo que sim. Curiosamente, no dia seguinte, o Centro Social do meu bairro organizou uma ida aos treinos do Salgueiros. Estava lá o Silvino, antigo guarda-redes e agora adjunto do José Mourinho».

E ficou no Salgueiros?
«Eles viram-me a jogar, perguntaram se eu queria ficar, mas eu respondi que o meu pai me ia levar ao FC Porto e que era lá que eu queria jogar. Três dias depois lá fui à Constituição».

Correu bem?
«Sim, mas na altura os pais tinham de pagar a inscrição. O clube pediu sete contos e meio (37,4 euros) e a minha família não tinha possibilidades. Na semana a seguir as coisas mudaram e já não foi necessário pagar para a inscrição. Voltei a ir lá e fui um de dois escolhidos. Entre 102 miúdos. Fui eu e o Fábio Ferreira, um guarda-redes que esteve há poucos anos no Sp. Espinho».

«Fiquei no FC Porto até aos juniores. Nessa fase fui emprestado meio ano ao Candal. Voltei ao FC Porto, fiquei mais ano e meio, antes de jogar no Sp. Covilhã, Penafiel e na Holanda».