Pinto da Costa pensou em «três ou quatro treinadores» para a sucessão de Nuno Espírito Santo no comando técnico do FC Porto, mas no final escolheu Sérgio Conceição ao perceber que afinal este era possível.

O presidente portista divulgou a cronologia da escolha na apresentação do novo técnico e, perguntado sobre o tema, falou sobre Marco Silva, técnico que rumou ao Watford, de Inglaterra: «Não tínhamos pressa em escolher o treinador. Sabia o que queria. Pode falar-me no Marco Silva ou noutros que eu podia ter contactado... Quando o Nuno Espírito Santo, por sugestão do Jorge Mendes, se propôs a rescindir o contrato com o porque ia abraçar um projeto em Inglaterra, a partir daí tive de pensar e surgiram-me três ou quatro treinadores numa lista em que não constava o Sérgio Conceição. Por um motivo simples: ele tinha acabado de assinar contrato por três anos com o Nantes e eu pensava que era impossível ele vir.»

Pinto da Costa revelou em seguida que no 27 de maio almoçou com o empresário Luciano d’Onofrio, próximo de Conceição e do FC Porto, e soube da disponibilidade do técnico para treinar o clube:

Quando lhe transmiti (a D'Onofrio) que quem gostaria para treinador do FC Porto era o Sérgio Conceição, ele disse-me, "jantei com ele ontem no Rei dos Leitões. Ele também gostava imenso de vir para o FC Porto; é o sonho dele. Além disso, até tem uns problemas pessoais..." Nesse momento eu disse: "É também o meu sonho. Telefone-lhe." Isto passou-se no dia 27 de maio às duas da tarde; às quatro e meia da tarde o Sérgio Conceição estava aqui no meu gabinete e eu perguntei-lhe: "Queres ser treinador do FCP?" Ele disse que sim e voltei a perguntar: "Consegues?" E ele: "Acho que sim." No dia seguinte, ele partiu para encetar o processo de desvinculação do Nantes. Sabia que a determinação do Sérgio Conceição ia resultar e que o presidente do Nantes, que é uma pessoa sensível à situação havia de encontrar uma solução e deixá-lo partir. A partir daí, terminaram todos e quaisquer contactos. O Sérgio foi o meu treinador e de toda a administração do FC Porto.»

O presidente portista salientou as qualidades de treinador «competente, dedicado, com paixão por aquilo que faz e pelo clube», detalhando os motivos desta escolha: «Conhecemos o seu lado humano e profissional. O amor ao clube foi importante, mas fundamental foi conhecer a competência que ele tem demonstrado ao longo destes anos. O trabalho que ele fez esta época com o Nantes, apanhando a equipa abaixo da linha de água e levando-a ao 7.º lugar, é mais difícil do que por exemplo o que Zidane fez no Real Madrid.»

Pinto da Costa reconheceu ainda que há muito tempo que acompanhava a carreira de Sérgio Conceição e que «não tinha qualquer dúvida de que ele ia ser a curto prazo técnico do FC Porto. As circunstâncias não permitiram que fosse antes. Felizmente, foi agora.»