Quim Machado alcançou a subida à I Liga no primeiro ano como treinador do Feirense e no segundo escalão do futebol português. É mais um caso de sucesso de um jovem treinador que começou por baixo e pouco a pouco foi exibindo galões de qualidade que lhe garantiram lugares de prestígio.

Mas a história de êxito de Machado vem de trás. O percurso profissional começa ao serviço da Associação Desportiva Oliveirense da III Divisão Nacional, em 2004/05. Na época de estreia, empatou a um golo em pleno estádio da Luz frente ao Benfica a contar para a Taça de Portugal, mas perdeu após prolongamento. Uma derrota que soube a vitória.

Em 2006 aceitou o desafio de treinar o Tirsense e cedo deu nas vistas. No ano de estreia subiu à II Divisão, mas abandonou o clube para encetar um novo desafio na Liga de Honra: o Feirense. O resto é história...

«Vamos ter muitas alegrias na I Liga»

O MaisFutebol falou com Quim Machado para medir o pulso do sucesso que agarrou o jovem treinador e perceber o que vai ser do Feirense na próxima temporada no campeonato principal do futebol luso.

«É a minha grande oportunidade. Como jogador andei lá durante muitos anos e vou procurar fazer um percurso igual ou melhor como treinador. Posso dizer aos adeptos do Feirense que vamos ter muitas alegrias na I Liga. Vamos precisar do apoio incondicional de todos os adeptos durante todos os momentos da época. Com eles a apoiar-nos vamos conseguir fazer uma grande campanha», disse o técnico português.

Machado apontou os objectivos do Feirense para a próxima época. «Vamos jogar para a manutenção sem sobressaltos. Queremos alcançar a melhor posição na tabela, mas uma equipa que há 22 anos não jogava a um nível tão alto tem de estar consciente que vai ser um desafio difícil, mas, ao mesmo tempo, aliciante», atirou.

O treinador de 44 anos leva para a próxima época o método que rendeu sucesso na II Liga. «Na época passada, todas as contratações foram estudadas com muito cuidado, por isso este ano não vai ser diferente. É o meu ano de estreia no palco principal. Vamos analisar bem as posições que precisam de ser reforçadas. É natural que exista interesse sobre dois ou três jogadores que se destacaram mais, pois tivemos um ano de sucesso», revelou.

Sinto tristeza pela despromoção do Varzim

Depois de grande parte da época no topo da classificação, Quim Machado não esconde estar desiludido por ter perdido a liderança na última partida para o Gil Vicente. «Queríamos ser campeões. Andámos tanto tempo lá em cima e depois caímos para segundo. Ficou um sabor amargo, falhámos nesses pontos, mas não podemos olhar para isso, temos de nos concentrar na subida depois de 10 meses de muito trabalho», vincou.

O agora treinador representou como futebolista o Varzim na época de 1997/98, por isso sente alguma tristeza com a descida dos poveiros. «Sinto alguma tristeza pela despromoção do Varzim. Estive lá pouco tempo, mas adorei o clube pela massa associativa. É uma pena um nome tão grande cair na II Divisão. Foi uma casa que me marcou enquanto jogador. Tenho pena do Eduardo Esteves [ndr. ex-treinador] que esteve a trabalhar num clube com uma situação financeira complicada e com miúdos», rematou.