A 22ª jornada da Liga teve como uma das suas marcas a vitória do Penafiel em Setúbal, frente ao Vitória local. Guedes marcou o golo que não só deu o primeiro triunfo mais de dois meses depois, como deixou os durienses mais perto dos que os precedem – agora, também mais perto uns dos outros depois do fim de semana em que a luta pela manutenção se destacou.

O avançado do Penafiel Hélder Guedes tornou-se protagonista dos acontecimentos ao marcar o único golo de um jogo cujos três pontos deixaram o Penafiel mais perto do penúltimo. «A luta» pela permanência na Liga alargou os horizontes e recusou condenados por antecipação.

Olhando para a segunda metade da classificação, o 10º colocado (Marítimo) tem agora 11 pontos de vantagem sobre o Penafiel (27-16). Descendo nas posições, vê-se que, entre o 13º (Boavista) e o último, a diferença passa para cinco pontos. Na Amoreira, também houve figuras que deram à Académica um triunfo na estreia de José Viterbo; assim como o golo de Vuletich garantiu a vitória do Arouca – contributos para a aproximação dos pares.

Em Setúbal, ao minuto 58, a figura foi, então, Guedes; o jogador que colocou o Penafiel mais perto do penúltimo lugar. «Foi uma vitória importantíssima, pois sabíamos da nossa situação. É um alívio. Mas estávamos confiantes. Sentimos que a equipa está bem», confessa o avançado de 27 anos ao Maisfutebol.

«Já com o Paços (1-2) e com o Marítimo (3-4) tivemos hipóteses de ganhar. Sentimos que perdemos, mas que estava quase», revela o avançado explicando que «esta vitória [em Setúbal] reflete a qualidade e o que acabou por acontecer».

«Está tudo na luta»

Vencer significou a aproximação entre elementos do grupo que – pode dizer-se – luta neste momento pela manutenção. E Guedes corrobora isso. «Se não ganhássemos poderíamos ter uma situação complicada», admite o jogador perante o cenário oposto ao que veio a acontecer. O triunfo reformulou horizontes, pois, «neste momento, está tudo na luta».

E o repto para o que resta do campeonato (12 jornadas) fica dado em relação aos concorrentes: «Nós estamos cá em baixo, já sabemos como é. Há outros clubes que não estão habituados...» «Agora, a motivação é outra», garante o avançado do Penafiel: «Só pensamos em ganhar ao Moreirense».



Com um golo na Madeira (21ª jornada) e o da vitória neste fim de semana, Guedes não descarta marcar o quinto golo na Liga já frente ao adversário de Moreira de Cónegos, pois, «os avançados têm de fazer golos». Mas têm, «acima de tudo» de «ajudar a equipa». Assim, «se puder marcar outra vez será excelente, mas o principal é ganhar».

Nascido em Penafiel, Hélder Guedes está na nona época no clube duriense (o empréstimo em 2008/09 ao P. Ferreira foi a única vez em que vestiu outra camisola além da vermelho e negra). Por isso, sente como poucos outros elementos do plantel a responsabilidade de jogar pelo clube da cidade. Jogador que já fazia parte do Penafiel que em 2005/06 tinha estado pela última vez na I Divisão do futebol nacional, Guedes afirma que a pressão acaba por ser «diferente em relação a outros jogadores» que não são da casa: «Os sócios cobram-nos mais, quer pela positiva, quer pela negativa.»

A relação de Guedes com o clube é de tal modo estreita que o jogador de 27 anos explicou como foi fácil dar mais uma mão ao Penafiel neste regresso ao principal escalão do futebol português. Como foi noticiado em maio do ano passado, a renovação de Guedes [foi] essencial na aprovação do orçamento 14/15 dos penafidelenses.

«Para mim isso era novidade. Não sabia, não tinha noção, fiquei surpreendido. Já tinha falado da renovação, mas havia um dia limite» para apresentar o orçamento. «O presidente falou comigo para apressar as coisas», conta. E assim aconteceu: renovou a tempo.