O FC Seraing considerou “vergonhosa” e “ultrajante” a decisão da FIFA de proibir o clube belga de realizar transferências durante dois anos, por violação das normas que proíbem a propriedade de futebolistas por parte de terceiros.

Em comunicado, o clube da segunda divisão belga informa que está a ponderar recorrer da decisão, lembrando que a conformidade do regulamento da FIFA relativo à propriedade de futebolistas por terceiros está a ser avaliada nos tribunais e na Comissão Europeia.

«Os recentes desenvolvimentos relativos ao seu secretário-geral puseram mais uma vez em evidência que [a FIFA] faria melhor em limpar a sua casa em vez de colocar entraves à atividade de clubes honestos em nome de uma moralidade que ela própria não pára de espezinhar», aponta o Seraing.

O clube belga referia-se à instauração de um inquérito a Jérôme Valcke (secretário geral da FIFA) por suspeita de conduta imprópria num caso de alegados benefícios num acordo para a venda de bilhetes a preço inflacionado para o Mundial 2014.

Para além da proibição de realizar transferências durante dois anos, o Seraing foi ainda condenado a pagar uma multa de 150 mil francos suíços (cerca de 136 mil euros).

O organismo que gere o futebol mundial considerou que o Seraing violou os regulamentos ao vender parte dos direitos económicos de alguns futebolistas e de ter assinado contratos que permitem a terceiros interferir nas decisões do clube.

Recorde-se que, em dezembro de 2014, a FIFA aprovou a proibição de partilha de passes de jogadores com terceiros, uma medida que entrou em vigor em maio.

Já este ano, o Seraing e a Doyen Sports apresentaram um pedido de suspensão da deliberação da FIFA, entretanto recusado pelo Tribunal de Primeira Instância de Bruxelas.

Os acordos já existentes devem ser mantidos até ao fim do prazo e os novos acordos celebrados entre 01 de janeiro e 30 de abril de 2015 estarão limitados à duração máxima de um ano.