A proibição ao tabaco nos bancos de suplentes durante os jogos, para já apenas das competições europeias, ameaça desencadear um coro de protestos. Se há técnicos que aceitam de bom grado a medida que o Comité Executivo da UEFA pretende legislar - Menotti, por exemplo, diz que «é uma idiotice fumar dois maços de tabaco num jogo» -, outros há que não aceitam a intromissão na sua própria liberdade. «Sei que o tabaco me vai tirar dez anos de vida, mas não faz mal. Se antes ia viver 120, agora vivo apenas 110», disse um dia Javier Clemente.

Por cá a intenção da UEFA também promete alguma polémica. O Maisfutebol falou com Jesualdo Ferreira, um inveterado fumador, e o treinador do Braga foi claro na sua opinião. «Estou em desacordo. Não por ser um fumador, mas essencialmente porque a UEFA deve legislar mais sobre as disciplinas do futebol do que preocupar-se com os treinadores que fumam no banco», disse. «Nem vou dizer que está a invadir a liberdade de cada indivíduo. Apenas me parece ridículo preocuparem-se com estas coisas com tanta coisa importante para se fazer».

O que está em causa é apenas uma questão de princípio. «A mim não me aquece nem me arrefece. É uma questão de hábito. O mais grave é que existem coisas mais importantes para ocupar a UEFA. Mas manda quem pode. E se assim for, não fumo no banco. Paciência. Levo rebuçados». E as crianças, geralmente influenciáveis?, pergunta-se-lhe. «No dia em que se acabar com a publicidade ou com a venda - o que representaria um enorme rombo nas finanças dos governos - aí sim, estar-se-ia a fazer alguma coisa pelas crianças. Proibir os treinadores é perfeitamente ridículo».