Esta foi a jornada em que o FC Porto completou em Guimarães, pela primeira vez em nove anos, um ciclo de quatro jogos oficiais sem vitória, e em que se descobriu a nove pontos da liderança encarnada. A jornada em que Paulo Fonseca voltou a assumir incapacidade para explicar os problemas defensivos que, pela segunda vez em dez dias, fizeram com que a equipa desperdiçasse uma vantagem de dois golos e em que, pela primeira vez, deixou a porta entreaberta à crítica aos jogadores – situação que torna ainda mais precária a sua posição de liderança, à entrada de um março infernal com Nápoles (duas vezes), Sporting, Benfica e Nacional no programa.

Não foi dito, mas ficou implícito: com o primeiro lugar cada vez mais longe, a situação « muitíssimo difícil» dos dragões no campeonato diz agora também respeito à vaga direta na Liga dos Campeões, que para já é do Sporting, com uma almofada de quatro pontos, antes do frente a frente em Alvalade.

A equipa de Leonardo Jardim foi a primeira dos três grandes a entrar em cena e, para manter hábitos recentes, deu um autogolo de avanço, antes de consumar, diante do Sp. Braga, a quinta reviravolta na Liga e a sexta da temporada. Na estreia interessante de Jorge Paixão nos minhotos, a novidade, desta vez, veio do facto de a reviravolta leonina ter sido conseguida sem Montero e Adrien, mas com Slimani a conseguir marcar como titular, pela primeira vez, contribuindo para manter em Alvalade o melhor ataque da Liga.

A figura da 21ª jornada

Mas se o Sporting marca mais, é o Benfica quem marca há mais tempo: o momento mágico de Gaitán no Restelo assinalou a 55ª jornada consecutiva a faturar para a equipa de Jorge Jesus. Mesmo em serviços mínimos, e com um lance polémico à mistura, a sétima vitória consecutiva dos encarnados (quarta para a Liga) serve para diminuir em um degrau a contagem decrescente para um final de temporada que, por enquanto, surge embrulhado numa conjuntura muito favorável. Alguém falou em déja vu? Para os lados da Luz é expressão proibida, por razões óbvias. Muito mais porque o próximo jogo é em casa, com o Estoril.

O momento da 21ª jornada

Na história da 21ª jornada há também lugar de destaque para a maior goleada conseguida pelo Estoril nesta edição da prova, perante um Olhanense que já não pontua fora de casa há quatro meses. De proeza em proeza, a equipa de Marco Silva tem só menos seis pontos do que em toda a época passada – e menos quatro do que o FC Porto! A euforia canarinha foi acentuada pelo empate do Nacional, em casa, com o Rio Ave, que deixa a equipa madeirense mais longe do quarto posto, que está agora a quatro pontos.

O onze ideal da 21ª jornada

Esta foi, ainda, a jornada em que a luta pela permanência parece ter ficado reduzida a quatro equipas: a vitória do Gil Vicente sobre o V. Setúbal, quatro meses depois do último triunfo gilista, não só atenuou a pressão sobre o técnico João de Deus, como fixou uma distância de seis pontos para a linha de água, onde o Paços de Ferreira já não está sozinho. Aproveitando os efeitos positivos a curto prazo da mudança de treinador, a equipa deu as boas-vindas a Jorge Costa com uma vitória preciosa sobre o Marítimo, que permitiu afinar o passo com Olhanense e Belenenses - que se defrontam no Algarve, no próximo fim de semana.

Confira as datas da próxima jornada

Ainda por perto, continua o Arouca, que foi castigado em casa por uma Académica que, desta forma, além de garantir a permanência a nove jornadas do fim, começa a ter legitimidade para sonhar com um regresso à Europa. Numa jornada com 22 golos, o segundo da equipa de Sérgio Conceição, apontado por Salvador Agra, foi o número 400 de uma Liga que, para já, segue com a média de 2,39 por jogo.