Liga: a análise da 16ª jornada

Ataques avassaladores na Luz e no Bonfim, miserabilismo no Dragão. Jornada de imagens opostas, a acentuar diferenças entre os três candidatos ao título. Se, no que diz respeito ao registo pontual, a margem é curta – quatro pontos de avanço do Sporting -, na análise à qualidade de jogo a conversa é outra.

Por estes dias, o líder leonino respira autoridade e amassa adversários. Mesmo aqueles que prometem oposição dura, como era o caso do Vitória Setúbal (8º classificado, 22 pontos).

E até o Benfica de Rui Vitória, tão massacrado pela crítica até dezembro, chega a esta altura de melhor saúde do que o FC Porto. Os dragões não vencem há três jogos – dois para o campeonato – e estão numa fase em que praticamente tudo o que fazem é mau.

O empate na receção ao Rio Ave – e não era o Rio Ave normal, pois as ausências eram mais do que muitas – agudizou a crise no Dragão e tornou insustentável a relação entre Julen Lopetegui e a massa associativa do clube, habituada a três décadas de domínio interno e conquistas europeias.

Sporting faz seis golos (com um inspirado Bruno César a bisar na estreia), Benfica faz seis golos, FC Porto soluça e empata. Os leões passam a ter quatro pontos de vantagem sobre águias e dragões, depois de terem perdido a liderança há duas jornadas.

Atrás dos três grandes continua o competente Sp. Braga. A vitória por 3-0 sobre a Académica assinala o regresso de Hassan aos golos, e logo em dose dupla. É verdade também que a expulsão de Nuno Piloto, numa fase madrugadora da partida, ajuda a explicar a diferença larga no marcador.

No quinto posto segue agora o Paços de Ferreira. Triunfo no terreno do último classificado (Tondela) por 0-2, golos de duas das maiores figuras da equipa: o inspirado Bruno Moreira (já tem nove na Liga) e o geniozinho Diogo Jota.

O surpreendente Arouca continua a fazer um campeonato extraordinário e aparece no sexto posto. Na receção ao Estoril – os canarinhos não vencem desde 27 de setembro para a Liga -, um golo de David Simão, de penálti, garantiu os três pontos e mais um passo a sonhar com a Europa.

Notas importantes ainda para a retoma do V. Guimarães e para o balão de oxigénio do União da Madeira. Os vitorianos passaram com distinção no dérbi do Minho, contra o Moreirense (3-4) e só estão a três pontos do quinto classificado; os madeirenses venceram o aflitíssimo Boavista e têm sete pontos de avanço para a linha de água.

Falta falar do empate entre Belenenses e Nacional. Quatro golos no Restelo, muito equilíbrio no jogo e no posicionamento das equipas na tabela. Os lisboetas passam a ter 18 pontos, os insulares têm menos um.