Um grande Sporting não foi suficiente para corrigir o resultado do jogo de Alvalade e para afastar o Bayer Leverkusen. Mas foi um Sporting muito respeitável, sem dúvida.
A formação leonina caiu assim das provas europeias, com o pior dos travos na boca: o travo de alguma injustiça.
A equipa foi melhor durante boa parte do jogo e criou várias ocasiões de perigo, mas a verdade é que falhava alguma coisa no momento decisivo.
Falhou até o infortúnio de não encontrar pela frente, por exemplo, o melhor Bellarabi.
O alemão de origem marroquina foi o homem da eliminatória, tendo feito os três golos que afastaram o Sporting. O último um golaço, aliás, no disparo de uma bomba ao ângulo.
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Tudo o que tinha de correr mal, correu ainda pior do que isso, portanto.
Correu tão mal aliás que a equipa acabou por sofrer uma derrota demasiado pesada para o que fez. Um golo de Çalhanoglu, aos 87 minutos, transmitiu uma imagem de abuso ao resultado.
Mas importante destacar aqui, até porque não vai ficar nos livros da história, é a boa resposta leonina a uma eliminatória que já ameaçava ser muito complicada.
O Sporting não começou bem o jogo, repetindo os erros que já tinha cometido na primeira mão, em Alvalade: uma insistência em jogar pelo centro do relvado um futebol rendilhado, construído, cuidado.
Perante este Bayer Leverkusen, não é de todo possível.
A equipa alemã tem uma intensidade rara, é tremendamente física, consegue colocar sempre vários jogadores na zona onde está a bola e cai em cima do portador como uma pulga em cima de um cão. Em certos momentos, e em certas zonas, é asfixiante.
A partir daí torna-se muito complicado jogar perante este Bayer Leverkusen.
O Sporting, curiosamente, insistiu em fazê-lo e por isso deixou o adversário ser melhor na primeira meia hora. Foi sem surpresa aliás que Bellarabi abriu o marcador aos 30 minutos, na sequência de uma jogada em que Rui Patrício não fica nada bem na imagem.
Depois disso, curiosamente, o Sporting melhorou.
Melhorou muita à custa da única estratégia capaz de derrubar estes alemães, uma estratégia que já tinha sido utilizada pelos russos no combate ao exército germânico na segunda guerra mundial: a política de terra queimada.
Basicamente o Sporting não deixou nada para o Bayer Leverkusen explorar. Como? Fugindo à pressão alemã: colocando a bola na frente, saindo pelas alas, procurando os espaços de terreno onde havia menos adversários. João Mário e Bruno César foram nesse sentido os melhores: grande exibição do primeiro, muito bem também o segundo.
João Mário: «Acreditámos sempre que era possível passar»
Ora a partir daí o Sporting cresceu e criou várias ocasiões para marcar: Téo Gutierrez e Carlos Mané (este por duas vezes) não fizeram o golo que colocaria o Sporting na frente.
Já na última meia hora, e quando a eliminatória estava completamente em aberto, Jesus lançou Bryan Ruiz e Slimani, à procura do tal golo que garantia o apuramento.
Foi nesse momento que surgiu o herói da eliminatória: Bellarabi pegou na bola e lançou uma bomba, que praticamente deitou por terra todo o esforço leonino. O Sporting acusou o golo e veio naturalmente por aí abaixo, incapaz de jogar como estava a fazer até então.
Já nos minutos finais, Çalhanoglu fez o terceiro golo e transmitiu ao resultado uma imagem demasiado pesada, lá está. Por isso volta-se atrás para dizer que o Sporting foi eliminado, sim, e isso é que fica na história: mas convém lembrar que deixou uma boa imagem.