O benefício da dúvida como princípio básico da justiça moderna. A falta de evidências que provassem, de forma clara, que Marco Almeida e Laelson tinham ingerido de forma intencional substâncias dopantes levou a Comissão Disciplinar da Liga a absolver estes dois jogadores que acusaram níveis excessivos de nandrolona, num controlo efectuado na época passada, num jogo do Campomaiorense. 

Estes dois casos abriram um precedente em toda esta problemática do doping no futebol português, nomeadamente nos casos de nandrolona que dispararam desde a época passada. Uma fonte da CD da Liga explicou ao Maisfutebol que «é preciso muito cuidado a analisar estas situações. Cada caso é um caso. O facto de Marco Almeida e Laelson não terem sido castigados nada diz em relação às outras sentenças que iremos praticar». 

Quer isto dizer que Quim e Glauber -- outros dois jogadores que acusaram nandrolona, numa fase posterior a Marco Almeida e Laelson ¿ poderão, na mesma ser penalizados, ainda que estas duas situações sejam em tudo semelhantes aos dos dois jogadores absolvidos.  

Comissão Disciplinar da Liga vai reagir ao CNAD 

A decisão da CD da Liga foi muito contestada pelo CNAD (Conselho Nacional de Anti-Dopagem), que acusou os juizes da Liga de «incentivo às práticas dopantes», considerando esta decisão um «sério desaire na eficácia do combate à dopagem». O Maisfutebol sabe que este tipo de acusações do CNAD caíram muito mal junto dos membros da CD da Liga. Depois das reacções públicas de Valentim Loureiro e José Guilherme de Aguiar, presidente e director-exectivo da Liga, defendendo a posição da Comissão Disciplinar, será a própria que responderá às acusações do CNAD, emitindo, ao final da tarde desta sexta-feira, um comunicado oficial. 

Este conflito de posições entre CNAD e CD da Liga ilustra a complexidade desta questão. Enquanto órgão que investiga e analisa os controlos dos atletas, o CNAD pretende que os casos que identifica como sendo infractores dos regulamentos sejam punidos; a CD da Liga, por outro lado, foi sensível às dúvidas que dominam toda esta problemáticas: «Seguimos recomendações da comunidade médica, científica, lemos inclusivamente um relatório elaborado pelo dr. Félix Carvalho, uma autoridade nesta matéria. Em função das enormes dúvidas que persistem, e ouvidos os arguidos, que juram inocência, concluímos que não havia provas suficientes para condenar os atletas em causa», reforçou ao Maisfutebol uma fonte da Comissão Disciplinar da Liga. 

Mas como cada caso é um caso, a polémica em torno desta questão promete persistir. Para saber tudo sobre doping, clique aqui 
 

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