É um estranho caso de sucesso: Vítor Paneira era sempre um dos melhores em campo quando o Benfica tinha o V. Guimarães pela frente e vice-versa. Houve jogos que ficaram na retina do actual treinador do Ribeirão, da III Divisão, independentemente da camisola que defendia. «Quando estava no Benfica, houve um ou dois jogos que me marcaram muito. O V. Guimarães jogava sempre bem, mas conseguíamos vencer. Há um desafio em que vencemos por 2-0 e marquei um dos golos. A tradição imperou», recordou o ex-futebolista ao Maisfutebol, remetendo para um confronto na época 90/91.

Depois foi dispensado por Artur Jorge no final da época 1994/95 e teve uma agradável experiência no clube minhoto, ao longo de quatro temporadas consecutivas. «Frente ao Benfica, houve dois jogos que recordo de forma especial. Na época em que saí da Luz, à terceira jornada, fomos jogar a Lisboa. Empatámos 1-1 e o treinador que me despediu [Artur Jorge] acabou por ser despedido», diz com um certo orgulho. «Há outro episódio em campo neutro, em Campo Maior, numa altura em que o V. Guimarães lutava pela Europa. Vencemos por 2-0 e também fiz um grande golo. Normalmente, quando defrontava o Benfica era sempre um dos melhores em campo. Eram jogos em que me corria tudo bem. Não sei explicar porquê¿»

Mas há mais estórias destes jogos míticos entre duas equipas com tradição no futebol português. Curiosamente, Vítor Paneira recorda acontecimentos vividos com a camisola vimaranense. «Na minha segunda época em V. Guimarães [1996/97], o Pimenta Machado queria-me vender ao Logroñes, mas recusei-me a ir para Espanha. Por causa disso, passei de titular indiscutível a não convocado. Jogávamos em Belém, fiquei de fora, mas regressei no desafio seguinte, precisamente frente ao Benfica. Disse aos meus colegas que seria o melhor em campo. E fui», recorda com uma certa satisfação.

Mas o actual treinador do Ribeirão continua a olhar para o Benfica com o encanto de quem viveu na Luz sete grandes épocas na qualidade de futebolista. Porém, também vê um clube diferente. «O Artur Jorge acabou com a mística do Benfica, ao dispensar os jogadores com mais anos de casa. A partir daí, nunca mais se conseguiram encontrar e têm pago essa factura ao longo dos anos. Não têm jogadores com mística, que saibam como é a realidade daquele clube e como são as grandes vitórias», apontou em tom crítico, recordando o final da temporada 1994/95 quando viu o seu nome na lista de dispensas, juntamente com outros nomes de nomeada.

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