Festa, alegria, lágrimas! O Desp. Aves regressou este domingo à Liga, após empatar a duas bolas com o U. Madeira, no Centro Desportivo da Madeira. A equipa de José Mota foi para o intervalo a perder por 2-0, mas arriscou tudo no segundo tempo e chegou ao ponto precioso que deu a promoção ao principal escalão sem precisar de terceiros.

Mal o jogo acabou, jogadores, técnicos e dirigentes juntaram-se aos adeptos que se deslocaram à Madeira para testemunhar e festejar mais um grande momento na história do clube.

José Mota apresentava um onze com quatro baixas – com destaque para as ausências de Erivelto, Pedró e Nelson Pedroso - em relação à última partida, e teve de fazer mais uma alteração pouco antes do início da partida, em virtude da lesão inesperada do veterano guarda-redes Quim, que teve de ser substituído por Marco Pinto.

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Pelo lado dos madeirenses, Jorge Casquilha colocou em campo um onze idealizado sem preocupações com castigados ou lesionados. Talvez por isso a equipa madeirense tenha se revelado mais conjunto ao logo de toda a partida. 

Cedendo a iniciativa a quem precisava de festejar, a equipa do União posicionou-se no terreno com a clara expectativa de fazer transições rápidas depois de recuperada a posse de bola.

A estratégia de surpreender ganhou forma logo aos 8 minutos, quando Cedric Amissi inaugurou o marcador após cruzamento da esquerda de Rúben Lima, na sequência de um trabalho de equipa que conduziu a bola quase ao primeiro toque.

Seguiu-se um fase em que o Desp. Aves procurou reagir à desvantagem. Procurou... mas sem argumentos face à postura do U. Madeira, que fechou muito bem todos os caminhos para a baliza de Nilson.

Aos 20 minutos, o balanceamento ofensivo do Aves abriu espaços para novo trabalho coletivo do União, que veio a ser premiado com o segundo golo na segunda oportunidade criada.

Após um grande trabalho de Luís Carlos na esquerda, o extremo meteu o turbo e centrou com conta, peso e medida para Luan cabecear à barra. A bola ressaltou para Cedric, que na recarga assinou um golo de belo efeito.

A perder por 2-0 ainda antes da meia de jogo, José Mota fez entrar Barry por troca com Ruben Ribeiro. O Desp. Aves passou a ter ainda mais posse de bola, mas até ao descanso o jogo revelou um União muito concentrado em todos os sectores, fechando bem os espaços à construção dos visitantes.

No início da segunda parte o União desaproveitou duas ocasiões soberanas que foram oferecidas devido a um adiantamento no terreno por parte do Aves, que reentrou disposto a reduzir a desvantagem. Mica, aos 46 minutos, permitiu uma defesa apertada de Marco Pinto, enquanto que Luís Carlos, aos 48 minutos, rematou ao poste.

O técnico do Aves voltou a mexer na equipa, trocando Bruno Alves por Mendy. Mas logo a seguir apanhou outro susto: Marco Pinto evitou com os pés o hat-trick de Cedric, na sequência de mais uma transição rápida do União.

O Aves estava a ceder muito espaço ao contra-golpe madeirense. Mas José Mota aceitava o risco. Aos 67 minutos, Barry atirou à barra da baliza do União, na sequência de uma jogada de insistência após a marcação de um livre.

O jogo estava partido e propício a golos e surpresas. Kusunga fez então autogolo, na sequência de um pontapé de canto seguido de alguma confusão.

A redução da desvantagem foi muito festejada e deu ânimo aos avences que não perderam muito tempo para procurar o segundo, o tal que daria o ponto que servia para fazer a festa.

Que chegou quatro minutos depois, aos 75: Alexandre Guedes marcou após um contra-ataque rápido pela direita, após passe de Mendy, levando as cerca de três dezenas de adeptos à loucura, bem como colegas e equipa técnica.

O União sentiu-se impotente depois para recuperar a vantagem, pois do outro lado já estava uma equipa da Liga.

Foi a quarta subida do Desp. Aves à Liga, a primeira sem o Prof. Neca: o treinador que esteve nas três promoções anteriores do clube. Dez anos depois, portanto, os avenses regressam à primeira divisão, igualando o feito que o Portimonense alcançou na semana passada.

Agora que venha a festa.