Fim de semana de taças em Inglaterra e França e de recorde no Bernabéu e Turim. No berço do futebol, estrou-se um treinador português, enquanto outro, mais longe, demitiu-se de mais uma exótica aventura em que se lançou. Cristiano Ronaldo mostrou a Bola de Ouro a uma galáxia e Lionel Messi teve de ser perfeito para evitar a derrota do Barcelona.

Inglaterra

Com ele, o Manchester United nunca perde. Das 15 vezes que José Mourinho lançou Michael Carrick em campo, os red devils venceram 13 vezes e empataram duas. O internacional inglês é um talismã no United que tem, agora, de gravar a letras de ouro o nome de Wayne Rooney.

O capitão já tinha muitos motivos para ficar na História do clube, mas ao apontar o 1-0 na eliminatória com o Reading chegou aos 249 golos pelo emblema de Old Trafford. Isso significa que é, a par de sir Bobby Charlton, o homem com mais golos de todos os homens que jogaram pelo ManUtd. Dennis Law (237), Jack «Gunner» Rowley (211), George Best e Dennis Viollet (179), Ryan Giggs e Joe Spence (168) já tinham ficado todos para trás.

Fiquemos mais um pouco por Inglaterra, onde a Taça é longa: em Anfield, Jurgen Klopp lançou um onze tão novo que coisa igual não se via desde 1965 nos tempos de Shankly. Uma das explicações para o facto de o Liverpool ter ficado em branco, pela primeira vez, frente a uma equipa do quarto escalão.

No entanto, uma das grandes novidades foi a estreia de Marco Silva. Em 2002, o dinamarquês Jan Molby tornara-se no primeiro técnico com nacionalidade fora do Reino Unido a orientar os Tigers. O português é o segundo e começou com um triunfo na grandiosa FA Cup frente ao Swansea.

Espanha

Um fim de semana dourado para o Real Madrid. Cristiano Ronaldo apresentou a quarta Bola de Ouro ao Bernabéu perante os galácticos Figo e Zidane, e ainda o Fenónemo Ronaldo. O camisola 7 começou o ano a marcar e a equipa a golear um Granada que pode terminar a jornada no último lugar.

Benzema tornou-se no oitavo goleador de sempre do clube e a formação de Zidane alcançou o recorde espanhol de 39 jogos sem perder, que era único do Barcelona de Luis Enrique.

O Sevilha lambeu as feridas da Taça de Espanha e foi até ao País Basco golear a Real Sociedad. Não o sabia ainda, mas tinha acabado de ascender ao segundo lugar da tabela, porque o Barça ia fraquejar em Villarreal.

Há um fenómeno em Espanha com a promoção do que é local no futebol. Desde equipamentos estranhos a publicitarem o produto da terra até ao naming de um estádio. El Madrigal não existe mais, agora chama-se Estádio de La Ceramica por causa da atividade da região valenciana.

Nem a perfeição de um livre de Messi chegou para um triunfo catalão no terreno do Villarreal. Sansone fizera o 1-0, houve mãos nas duas áreas e o melhor que o Barça conseguiu foi resgatar um ponto num pontapé indefensável do 10.

França

Entre 1972 e hoje vão 45 anos. Precisamente o tempo que separa o 8-0 do PSG ao Stade Français e os 7-0 deste fim de semana ao Bastia, na Taça de França. Há muito, portanto, que o Parque não via tamanha diferença no marcador, concluída, diga-se, por Julian Draxler, que se estreou a faturar no Paris.

A eliminatória da Taça de França trouxe de novo o nome de uma promessa do Lyon: Gnaly Maxwell Cornet bisou pelo Lyon, que goleou  o Montpellier por 5-0, com bis do internacional sub-21 francês.

Já antes, o Monaco de Leonardo Jardim, João Moutinho e Bernardo Silva tinham ultrapassado o AC Ajaccio e Rony Lopes apontara um golo na vitória do Lille sobre o AS Excelsior. Sérgio Conceição também passou à próxima fase, enquanto o líder Nice, de Ricardo Pereira, caiu em casa do Lorient, de Cafu.

Itália

La fidanzata d´italia enamora mesmo e chegou ao incrível recorde de 26 jogos consecutivos a vencer em casa na Serie A. Massimiliano Allegri juntou Higuaín e Dynala no ataque e a dupla argentina entregou a marca história com três golos, dois do Pipita e o 11º penálti do compatriota, que tem cem por cento de eficácia na Serie A nas penalidades.

Os quatro pontos de diferença para a Roma mantêm-se porque um autogolo de Izzo valeu à equipa da capital frente ao Génova.

Já o Milan respirava por um golo e, apesar de tarde, Carlos Bacca chegou a ele. O colombiano esteve 594 minutos sem marcar, o que era o mais longo período sem faturar desde que chegou à Europa. Fê-lo aos 88 minutos, frente ao Cagliari que acabou com dez: Bruno Alves foi expulso.

Irão

Carlos Queiroz pediu a demissão de selecionador do Irão. Se for aceite, será o fim de mais uma aventura do técnico português, que já passou por Estados Unidos, Japão, África do Sul. Pelo Sporting, Manchester United e Real Madrid também, já agora.

Queiroz é selecionador iraniano desde 2011 e líder do grupo de qualificação para o Mundial 2018 em que o Irão está inserido.