Não consta que cantem senão no duche ou que bailem para além dos instantes em que desenham o drible. Não são um sucesso mundial, nem se ouvem ecos de qualquer disco de platina. Escutam-se apenas os gritinhos incontidos de uma multidão de adolescentes, que transformam os relvados da Gávea em palcos e os exercícios de aquecimento numa improvisada coreografia. 

Eles são belos... e basta. É frequente ouvir o nome dos dois, gritado repetidamente de entre uma plateia de fãs, no decorrer dos treinos do Flamengo. O guarda-redes Júlio César e lateral-direito Alessandro não têm descanso. Recebem cartas e dão por si a disputar a condição de galã da equipa. 

A timidez de Alessandro percebe-se no embaraço com que aborda a questão. Já houve quem o comparasse ao inglês David Beckham. «Fico sem graça», admite. Ainda que a homenagem lhe agrade. «Ser assediado pelas mulheres é bacana, é gostoso», confessa. Mesmo que o fenómeno lhe renda discretas cenas de ciúme interpretadas pela namorada Tatiana. 

Alessandro garante que não é vaidoso, seguro de que veste com habitual discrição. O humor escapa-se-lhe ao abordar a disputa com Júlio César, recentemente eleito por uma revista feminina o jogador mais bonito do futebol carioca. «Acho que sou mais bonito do que ele», gracejou. 

Júlio César assistiu ao espectáculo dos Backstreet Boys no Maracanã, mas não apreciou a actuação. Gostou, sim, do novo rótulo: «É isso. Somos os Backstreet Boys rubro negros!», exclamou. Quanto ao título de mais bonito do Rio, o guarda-redes foi claro, quase irónico: «Se foram as mulheres que votaram... Quem sou eu para discordar».  

Tinha recebido uma carta de uma fã num papel com dois metros de comprimento. De alto a baixo podia ler-se «Eu te amo».