A semana foi feliz para o futebol jugoslavo. À mesma hora que o Partizan eliminava, com dificuldades inesperadas (depois da vitória por 3-1 em Lisboa), o Sporting da Taça UEFA, o Estrela Vermelha dava a volta ao empate em casa da primeira mão ao vencer o Chievo Verona por 2-0, em Itália.

O treinador, Zoran Filipovic, recebeu o Maisfutebol no estádio do Estrela Vermelha, no regresso a Belgrado, e antecipou o sorteio da Taça UEFA. Mal podia imaginar que a possibilidade de reencontrar o Boavista, onde jogou na década de 80, depois de ter actuado no Benfica, ganharia esta segunda-feira novos contornos: a divisão dos 48 clubes na segunda eliminatória da competição por quatro grupos, antes do sorteio, colocou os axadrezados como cabeças-de-série de um pote onde um dos seis possíveis adversários é precisamente a equipa jugoslava.

«Não gostaria de jogar com o Boavista», admitiu depois da pergunta do Maisfutebol. «Conheço muito bem o ambiente no Porto e é uma equipa que pode complicar muito a nossa tarefa. Gostava de jogar aqui com o Boavista, mas na Primavera. Seria muito bom sinal.»

Seria sinal que as duas equipas iam longe na competição, claro. Para Filipovic, apesar do Estrela Vermelha não ser cabeça-de-série no sorteio, depois da eliminação do Chievo Verona ficou provado que a sua equipa pode afastar qualquer um. «Qualquer adversário é bem vindo, não estamos preocupados. Temos qualidade e qualquer equipa que tenhamos pela frente vai encher o estádio aqui em Belgrado, o que será um ambiente difícil para quem quer que aqui venha.»

Zoran Filipovic promoveu grandes alterações esta época no Estrela Vermelha, mas esta começou de forma decepcionante, com o acumular de derrotas no Campeonato jugoslavo. «As coisas não correram bem no início, tivemos três jogos fora, o que teve um reflexo imediato numa equipa inexperiente. O campeonato está mais forte, mais combativo, e qualquer equipa que jogue com o Estrela Vermelha chega aos seus limites, é sempre um jogo grande para o nosso adversário, seja ele qual for.»

Apesar da juventude da equipa, de ser assumido que se trata de um conjunto em reconstrução, o antigo adjunto de Artur Jorge no Benfica reconheceu que só o nome Estrela Vermelha é suficiente para fazer de uma série de derrotas um drama. «Temos uma equipa nova, que precisa de tempo para crescer, mas como se trata de um grande clube, com muitos sócios, há sempre pressão. Na antiga Jugoslávia, quando eu era jogador, havia várias equipas de topo e era normal perder, mas no actual campeonato já nem se admite empatar.»

Ainda assim, o panorama melhorou bastante. «Agora estamos melhor, já vencemos no campeonato e eliminámos uma equipa italiana na Taça UEFA, o que foi óptimo, porque fez as pessoas acreditarem mais nestes jogadores.»

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