Zoran Filipovic foi um espectador atento do Campeonato do Mundo deste ano. A má campanha da selecção portuguesa, aliás, apanhou de surpresa o antigo jogador de Benfica e Boavista e contrariou as opiniões que expressou a viva voz na Jugoslávia.

«Dizia sempre que Portugal podia ser uma surpresa no Mundial, conhecendo como conheço a equipa e os jogadores. Talvez tenha havido comodismo e pouca confiança no que se fazia, o que teve reflexos negativos nos jogos. Terá havido pouca concentração no início, pareceu-me que se respeitou pouco o adversário e não se quis jogar para o resultado. Faltou a ambição que Portugal teve no Europeu», resumiu. E do Europeu Filipovic pode falar com autoridade, já que esteve presente na competição como adjunto da selecção jugoslava.

A Jugoslávia não esteve no Mundial, o que o actual treinador do Estrela Vermelha justificou com «resultados negativos no princípio da campanha». A equipa técnica tinha mudado depois do Europeu e voltou a mudar com a qualificação já em andamento, com Filipovic a integrar uma comissão com vários treinadores. «Tivemos também pouca sorte nalguns jogos e falhámos no último jogo com a Eslovénia.»

Quanto ao Mundial, o jugoslavo admitiu que «não foi um campeonato espectacular, mas foi interessante, apesar de para os treinadores o futebol já nada trazer de surpreendente no aspecto técnico-táctico». Para Filipovic, «Turquia, Coreia e Senegal» foram as surpresas da competição.

Num rápido olhar pelo futebol do princípio do século XXI, Zoran Filipovic confessou que na sua opinião «não há um jogador que se possa dizer que é o melhor do mundo», admitiu que «o Real Madrid, com tantas estrelas, talvez seja a melhor equipa do mundo, mas as estrelas não fazem uma equipa e também vai ter altos e baixos», e teve dificuldades em escolher treinadores de referência. Nomeou «os italianos», citando Capello e Lippi, e reconheceu que Eriksson, com quem trabalhou no Benfica, foi «um dos mais importantes» na sua formação como técnico.

Leia ainda: