Jorge Jesus voltou a falar da relação com Óscar Cardozo e declarou que quer que o paraguaio «abrace os colegas» quando marcar e não o próprio treinador.

O Benfica desloca-se ao terreno do Vitória Guimarães, a equipa que os encarnados defrontaram na final da Taça de Portugal, jogo em que o Tacuara empurrou o treinador em pleno relvado. Depois de um processo disciplinar e de uma transferência gorada para o Fenerbahçe, Cardozo voltou à equipa mas ainda não marcou.

Jorge Jesus tem tido gestos de afeição para com o paraguaio e afirmou que quando marcar o primeiro golo da época, Cardozo nunca mais vai parar.

Mas primeiro, o treinador explicou os gestos que tem tido com o camisola 7. Espera Jesus um abraço quando o Tacuara faturar?

«Não quero que ele me abrace, quero que ele abrace os colegas. A amizade que tenho com os jogadores não é por abraçá-los. A nossa amizade tem de ser de família, mas há sempre o treinador e o jogador. Nós vemos as coisas num plano global, enquanto o jogador vê em termos inviduais», começou por dizer Jesus, em conferência de imprensa no Seixal.

«O meu relacionamento com o Cardozo é o mesmo que tenho com todos os outros. Aquele meu gesto [frente ao Anderlecht] foi uma expressão que tive com ele, disse-lhe que fez grande jogo», acrescentou.

«Noto-o soltinho»

«Não fez golos, mas fez um dos jogos com mais qualidade técnica, desde que estou a trabalhar com ele», revelou Jorge Jesus.



O técnico do Benfica argumentou que quanto à ausência de golos tem de se perceber «quantos jogos fez». Jesus contou minutos e prosseguiu: «Noto-o muito confiante, noto durante o treino que está soltinho. É uma questão de que quando entrar o primeiro nunca mais acaba», considerou.

O técnico das águias também não sente Cardozo ansioso. Nem a ele nem à equipa: «Temos duas vitórias, mas mesmo no período de início de campeonato, em que perdemos com o Marítimo, nunca achei a equipa ansiosa. É uma equipa confiante, são quatro ou cinco anos com estes processos de treino. Acredita muito no que faz.»

Ainda assim, Jesus acha que «é natural que Cardozo queira fazer um golo», mas lembra rendimento do paraguaio no último jogo. «Não digo que foi a cem por cento, porque faltou-lhe a cereja em todo do bolo, que é o golo», concluiu sobre o tema.