Apresentar onze estrangeiros no primeiro onze oficial da nova temporada não tira o sono a Jorge Jesus, sobretudo na véspera da primeira mão da terceira pré-eliminatória com o Trabzonspor, na Luz. Para o treinador do Benfica a ausência de portugueses não passa de uma consequência do mercado e da evolução do futebol.

«Não me incomoda. Primeiro, porque acontece em todo o mundo. Lembro-me que quando o Inter foi campeão não tinha um jogador italiano no onze inicial. Depois, estamos na era da globalização. Hoje nada é seguro, hoje todos temos de estar preparados para correr o mundo», argumentou Jorge Jesus, nesta terça-feira, na conferência de antevisão do encontro europeu.

Foram vários os reforços de Verão, consideráveis as saídas (Coentrão e Salvio), mas é com cautela que o técnico se refere à qualidade global do grupo. «Este ano, não direi que temos melhor equipa, mas temos melhor plantel, não tenho dúvidas», defendeu.

Com quatro semanas de preparação, Jorge Jesus coloca o Benfica «num nível razoável», partilhando as condições e o favoritismo com o adversário turco. O técnico antecipou, ainda, dificuldades frente ao Trabzonspor, que, lembrou, «ficou 28 pontos à frente de equipas como o Besiktas».

«É uma boa equipa, que só não foi campeã por diferença de golos em relação ao primeiro classificado [Fenerbahçe]. Sabemos que temos uma eliminatória muito complicada, em que o Benfica não é favorito, há 50 por cento de hipóteses para cada lado, mas estamos num nível que nos permitirá dar uma boa resposta», enalteceu.

Quantos aos objectivos do Benfica na Champions, Jorge Jesus reconheceu «que esta eliminatória é muito importante», mas que o grande alvo «é o campeonato nacional». «O primeiro jogo não põe em causa o futuro do Benfica, temos mais objectivos para além da Champions, mas se passarmos esta eliminatória vamos com mais confiança», acrescentou.