Se Fernando Santos prometeu que só voltava a Portugal a 11 de julho, o dia seguinte à final do Euro2016, Rui Jorge mostra-se mais cauteloso quanto à data de regresso dos Jogos Olímpicos. Perante as dificuldades sentidas para elaborar a convocatória, e também alguma incógnita em torno dos adversários, o selecionador respondeu com humor.

«Já avisei lá em casa que não chegava antes de 11 de agosto», brincou. «Vou à procura disso e se calhar de mais alguma coisa, que isto é só a fase de grupos», acrescentou.

«Nunca fui, nem gosto de falar em grandes objetivos. O importante é aquilo que fazemos para o conseguir. Vamos focar nisso. Tentar, dentro deste grupo...é um grupo que todo ele já passou por nós. Conhece-nos bem, sabe aquilo que esperamos deles. Mais do que pensar o que vamos conseguir, é pensar no que vamos fazer e como vamos fazer», disse Rui Jorge, lembrando as condicionantes.

«Será sempre irreal quando não conhecemos o que está do outro lado. Mesmo que tivesse os 35 jogadores da pré-convocatória disponíveis diria o mesmo, por não conhecer o que está do outro lado», afirmou Rui Jorge.

Leia também: «Tem sido surreal fazer esta convocatória»

A dificuldade para elaborar a convocatória não tem sido exclusivamente portuguesa, mas o técnico traça um cenário mais complicado nos adversários da primeira fase: «A Argentina fez a sua lista de 35, da qual tem 22 jogadores. A Argélia tem 16 jogadores da lista de 35. As Honduras estão em estágio com 29, e está lá grande parte - se não todos - daqueles que conseguiram as qualificações. Uma coisa é o barulho que se faz, o selecionador que se demite, e outra é a realidade. Claro que vai ser difícil para qualquer seleção, mas do conhecimento que temos apenas a Colômbia está com um problema semelhante ao nosso e teve de pedir autorização para pedir jogadores fora dos 35. A Argentina atrasou o estágio, mas nós ainda nem estamos em estágio», analisou.

A propósito do título europeu da seleção principal, Rui Jorge respondeu que «claro que é uma inspiração». «Ficamos todos muito satisfeitos. Mesmo quem não participou ativamente. Todos os portugueses ficaram extremamente satisfeitos. Os jogadores têm colegas lá, alguns estiveram com eles há um ano [no Europeu de sub-21]. Mas no futebol temos de provar diariamente, e não devem ser as conquistas dos outros a servir de motivação. O que nos faz crescer é esta necessidade diária de provar que somos bons. Os jogadores têm de provar diariamente, no treino, que querem aquele espaço. Aquela necessidade de resultados imediatos e permantes faz com que o futebol evolua», concluiu.