Jorge Jesus, treinador do Benfica, depois da vitória sobre a Naval (4-0), no Estádio da Luz, em jogo da 11ª jornada da Liga:

«O Benfica atravessou algumas dificuldades no jogo, mas é natural. Principalmente na primeira parte, nos primeiros quinze minutos, a Naval foi uma equipa atrevida, mas a equipa do Benfica, defensivamente, esteve sempre em vantagem, nessas mesmas acções da Naval. O resultado traduz uma segunda parte brilhante do Benfica. Os golos foram dando confiança e a Naval foi perdendo concentração com os golos. Houve algumas jogadas a roçar a perfeição, com criatividade. Se pudermos jogar e dar espectáculo ao mesmo tempo, é aquilo que queremos fazer. Merecemos vencer o jogo por este resultado, mas se a Naval fizesse um golo também merecia».

[Nuno Gomes entrou e marcou? Porque é que não joga mais vezes?]

«O Benfica tem no corredor central seis avançados, incluindo o Nuno Gomes, cada um com características diferentes. Eu é que trabalho com eles durante a semana e eu é que sei os que estão melhor fisicamente. Normalmente levo dois para o banco, às vezes levo três. Tenho optado por outras soluções porque acho que são as melhores. As oportunidades do Nuno serão sempre iguais às dos outros. Nos próximos jogos o Cardozo já deve estar em condições de contribuir. É mais um avançado e as opções são melhores, mas como é óbvio, é mais um para a concorrência e torna tudo mais difícil para todos».

[O Ruben Amorim voltou a jogar o que achou da exibição dele?]

«O Ruben teve dois meses parado. Vocês notaram que é um jogador muito disciplinado tacticamente, mas não tem ritmo competitivo, o que é natural. É um jogador que faz várias posições, é um jogador muito importante para a criatividade táctica da equipa. O Ruben, como o Airton, se tivéssemos a precisar do resultado, eram jogadores que não estavam com o andamento para aquilo que precisávamos».

[Como é que foi esta semana, com muitas críticas depois do Dragão e com o facto de André Villas Boas ter saído em sua defesa?]

«Desde que estou do Benfica tenho noção do clube onde estou, da responsabilidade que tenho. A critica, seja negativa ou positiva, tenho de a aceitar. O Benfica não se move só por paixão clubística, mas também com muitos interesses. Tenho alguns anos de futebol, sabemos que a crítica positiva é mais fácil, mas aceito a negativa também. Leio tudo, vejo tudo, mas continuo com as minhas convicções e não mudo. Foi um cenário difícil. Porque 5-0 no Porto é um resultado que deixa a nação benfiquista tremida. Hoje entrámos desconfiados, mas partimos para um resultado muito bom. Mas não foi fácil».

[E o que se passou no treino do Benfica de sábado?]

«Dentro daquilo que tem acontecido algumas vezes durante a época, em treinos à porta fechada, tenho aberto alguns por outros motivos. Este tive de abrir por outros motivos, mas tudo não passou de um diálogo com alguns benfiquistas, sempre simpáticos e ordeiros e com a responsabilidade de não perturbar o nosso treino».

[O que achou do adiamento do jogo com o Sp. Braga para a Taça de Portugal para Dezembro?]

«Teoricamente temos mais tempo para nos preparar para o jogo de Israel, portanto, teoricamente, pensamos que pode ser melhor, mas não fomos nós que pedimos o adiamento do jogo. Tanto o Braga como o Benfica têm aspirações nesta competição e têm de aceitar esta alteração».