A FIGURA: Ibrahimovic, sem dúvidas. Dois golos, cria o desequilíbrio no outro com um toque de calcanhar, aproveitado em sequência por Verratti, Matuidi e Marquinhos para o 2-0 na segunda vaga depois de um pontapé de canto. É o porto de abrigo do PSG, sua grande referência, e esta noite foi ainda mais que isso, contribuindo também com golos. A sua entrada no miolo para ir buscar jogo, algo plenamente identificado há muito no conjunto parisiense, causou enorme confusão ao meio-campo e defesa encarnada, que demorou até perceber que o sueco nunca pode ser deixado só, para receber a bola e organizar. É ele que é o chefe! Toda a gente sabe isso.

NEGATIVO: A incapacidade do Benfica perceber o que o sueco faz em todos os jogos e como anular esse movimento, que começou logo aos dois minutos, quando tentou isolar Cavani nas costas da defesa dos encarnados. Luisão demorou mais de meia-hora a entender que tinha de saltar com o sueco, e intranquilizá-lo. Fejsa, enquanto esteve em campo, avançou demasiado para tentar uma pressão sobre a posse de bola rival que nunca resultou. Essa fragilidade e a dificuldade em colocar focos de pressão num meio-campo virtuoso mas com limitações, formado por Motta, Verratti e Matuidi, permitiram o crescer dos parisienses para um triunfo tranquilo.

MOMENTO DO JOGO: O golo de Marquinhos. O Benfica estava a começar a chegar à área dos franceses, tinha tido o remate de Siqueira cinco minutos antes, num bom movimento criado por Cardozo e Gaitán, e parecia um pouco melhor. Num canto que parecia estar a morrer, Ibrahimovic colocou de calcanhar em Verratti, o italiano picou para Matuidi, o francês cruzou rasteiro para onde ainda estava Marquinhos. Uma jogada de envolvimento perfeita, com toques de classe pelo meio, que destruiu por completo as aspirações da equipa de Jorge Jesus.

OUTROS DESTAQUES:

Verratti
Tanto talento tem o jovem internacional italiano. Brilhante a ver Van der Wiel para a desmarcação que vale o 1-0, excelente a forma como adivinhou o movimento de Matuidi ao picar a bola para o colega do meio-campo, que faria depois a assistência para o 2-0. Muito rápido a decidir, excelente pé direito, provou que continua a ser um dos melhores deste plantel cada vez mais valioso.

Matuidi
Também se sabia o que fazia o internacional francês. Ajuda a defender, e quando a sua equipa tem a bola anda lá pela frente para ser mais um a desequilibrar as defesas contrárias. O «Ramires» francês está ligado ao segundo golo da sua equipa, ao fazer o movimento de rotura necessário e o passe para a baliza. É fundamental também no primeiro golo, ao livrar-se de Matic, logo no início da jogada.

Cardozo, até chegar Markovic
É difícil escolher o melhor do Benfica, mas o paraguaio não tinha missão fácil, apesar do mau momento físico de Alex, e esteve no melhor que os encarnados conseguiram no Parque dos Príncipes durante o primeiro tempo. Na segunda parte, foi o sérvio a animar o ataque, com incursões, que apesar de não terem tido o efeito desejado, deram alguma cor à muito pálida exibição encarnada.