A FIGURA: Mathieu imperial

Mathieu: justifica a colagem de um adjetivo muito usado para caracterizar exibições seguras. Notável na leitura de cruzamentos e de lançamentos em profundidade, continuou a ser um poço de segurança quando o Sporting procurava chegar à igualdade. Resolveu quase sempre com enorme frieza quando foi chamado à ação. Na retina ficam um corte providencial na pequena área (37’) quando Suárez se preparava para inaugurar o marcador e outro aos 57’ quando tirou um golo feito a Messi após asneira monumental de Coates na transição. Ainda conhece de ginjeira os antigos companheiros de equipa.

 

O MOMENTO: autogolo de Coates, minuto 50

O Sporting estava a encarar olhos nos olhos o gigante Barcelona e a conseguir anular o extraterrestre Lionel Messi. Apesar do maior domínio de jogo, o conjunto catalão só conseguiu os três pontos num lance em que acabou por ser bafejado pela sorte. Depois do golo, os leões, continuaram a olhar o gigante olhos nos olhos, tornaram-se (obrigatoriamente) mais arrojados. Ah! E continuaram a meter o extraterrestre o bolso.

 

OUTROS DESTAQUES

Battaglia: na antevisão ao jogo desta quarta-feira, Jorge Jesus tinha alimentado a dúvida acerca do tipo de marcação a adotar para anular Lionel Messi. Identificou, aliás, prós e contras na marcação à zona e individual ao argentino. Battaglia, titular ao lado de William Carvalho no meio-campo leonino, só não esteve em cima do craque do Barcelona quando este deambulava para zonas laterais do terreno ou se aproximava dos centrais do Sporting. De resto, foi uma autêntica carraça do compatriota, privando-o muitas vezes do contacto com a sua melhor amiga. Energia inesgotável!

William: exibição sólida do patrão do meio-campo dos leões. Imaculado do ponto de vista da estratégia defensiva, foi mais interventivo no processo de construção do que Battaglia e saiu quase sempre bem das zonas de pressão quando o Sporting tentava sair para o ataque.

Bruno Fernandes: não foi tão influente como em partidas anteriores (o contexto era infinitamente mais adverso), mas ainda tentou a sorte num par de ocasiões. Não se deixou intimidar pela missão difícil que teve pela frente e esteve perto de empatar a cerca de 20 minutos do fim, mas Ter Stegen negou-lhe as intenções com uma excelente defesa.

Messi: muito limitado pelo compatriota Battaglia, teve um jogo discreto para aquilo que lhe é habitual. Protagonizou alguns momentos de magia, mas quase sempre de forma inconsequente. Ainda assim, é dele o livre lateral que origina o 1-0 (autogolo de Coates) e esteve perto de marcar aos 57’.

Iniesta: foi perdendo influência com o avançar do cronómetro, mas nota-se claramente que, aos 33 anos, ainda conserva quase todo o perfume que o caracteriza. Com dificuldades para encostar o Sporting numa fase inicial da partida, o Barcelona recorreu quase sempre a ele para descobrir espaços e lançar companheiros nas costas dos centrais leoninos. Saiu a 10 minutos dos 90’ e Alvalade prestou-lhe um merecido tributo.

Suárez: muito voluntarioso na primeira linha de pressão blaugrana e sempre à procura de espaços nas costas da defesa leonina. Ficou em branco, mas foi sempre um perigo constante para os centrais do Sporting, sobretudo para Coates, que sentiu muitas dificuldades para o travar. Ficou a centímetros do golo aos 18 minutos e uma boa percentagem do golo do Barça também deve ser-lhe atribuída, já que desviou a bola de raspão, o suficiente para provocar o corte acidental de Coates para a própria baliza.

Nélson Semedo: não se aventurou em missões ofensivas como o fazia nos tempos do Benfica, mas, tirando o amarelo que viu depois de uma perda de bola, raramente se lhe foi vista uma má decisão neste que foi o primeiro jogo pelo Barcelona em que foi titular longe do Camp Nou.