O português Tiago terá um jogo especial esta terça-feira, na meia-final da Liga dos Campeões entre o At. Madrid e o Chelsea. É que do outro lado estará uma das suas antigas equipas e o treinador que apostou nele em 2004. Os elogios a José Mourinho são muitos durante uma longa entrevista ao «The Guardian», mas Simeone também não lhe fica atrás. São, aliás, considerados «os melhores» treinadores com quem já trabalhou.

«A simples presença de Simeone junto à linha motiva-nos. A forma como ele vive cada minuto toca-nos. O que ele nos transmite no campo é incrível. Mourinho faz o mesmo, mas de uma maneira diferente: ele motiva os jogadores durante a semana. É, talvez, mais psicológico. Com Simeone, trata-se do que ele expressa, da sua energia. Com Mourinho, é mais a maneira como ele entra na tua cabeça», afirmou.

Tiago admite mesmo que ficou «surpreendido» com os maus resultados de José Mourinho no Real Madrid, mas sabe o que aconteceu: «A força de Mourinho é precisamente essa: ter jogadores que estão com ele até à morte. E, na última época, vimos divisões no grupo. quando a sua força é a unidade. Mourinho sabe exatamente o que dizer aos seus jogadores em todos os momentos. Ele toma as decisões. Ele nunca consulta os jogadores e nunca conta à imprensa. Ele assume a responsabilidade, ele é o líder e é um papel que ele protagoniza melhor do que ninguém».

Sobre a estratégia para o jogo de amanhã, o médio do At. Madrid admite que o seu conjunto «fica confortável quando a outra equipa tem a bola». «Há muitas semelhanças entre as duas equipas: muito organizadas, muito fortes nas bolas paradas, que podem ser decisivas. Os treinadores só pensam em ganhar e essa mentalidade mantém-se todos os dias», acrescentou.

Sobre o guarda-redes belga Courtois, cujos direitos pertencem ao Chelsea e que Mourinho não queria defrontar, Tiago respondeu: «Mourinho só quer ganhar. Ele sabe que o Courtois é muito importante para nós e ele quer enfraquecer-nos. Qualquer treinador o faria, mas seria muito cruel para o Courtois não jogar este jogo. O futebol não mereceria que o Cortouis não jogasse. Ele é o melhor guarda-redes do mundo, na minha opinião. Transmite uma segurança incrível à equipa».

Questionado sobre o reencontro com o Chelsea e sobre as memórias de 2004/2005, Tiago confessou-se «ansioso por encontrar velhos amigos». «Tive um ano inesquecível no Chelsea e a minha partida foi um bocado triste. Foi uma decisão minha sair e fui contra o que Mourinho e a equipa queriam, mas foi uma decisão pessoal. Gérard Houllier queria-me no Lyon. Ele telefonava-me todos os dias e foi uma oportunidade de jogar sempre. Correu-me bem e o Chelsea também continuou a ganhar», lembrou.

Ainda sobre a época do At. Madrid, o médio português frisou que «a liga espanhola costuma ser uma luta entre duas equipas» [Barcelona e Real Madrid]. «No entanto, se ganharmos três dos últimos quatro jogos, seremos campeões. Nem nos nossos melhores sonhos imaginaríamos este cenário», concluiu.