O Benfica está obrigado a vencer o Bayern em Munique esta terça-feira para poder continuar a sonhar com a qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Rui Vitória não quis revelar se vai jogar com dois ou três avançados e diz apenas que «mais do que atacar muito», pretende «atacar bem».

A verdade é que o Benfica tem tido muitas dificuldades em marcar golos nos últimos jogos. «Nos jogos anteriores, principalmente nesse com o Ajax, tivemos oportunidades que, a nível europeu, davam, em condições normais, para se marcar um ou dois golos. Não se conseguiu marcar por variadíssimos aspetos. Podíamos falar de questões mentais, podemos falar de alguma da falta de um pontinha de sorte aqui ou ali, também é importante, mas amanhã o que queremos é que, se tivermos as mesmas oportunidades que tivemos frente ao Ajax, que façamos golos», destacou o treinador na antevisão do jogo da quinta jornada da Liga dos Campeões.

Rui Vitória considera que o Benfica até tem criado oportunidades. Então o que falta para a bola entrar mais vezes? «Os jogadores sabem disto, queremos finalizar, queremos marcar golos, mas o importante é criarmos essas oportunidades e elas estão a aparecer. Treina-se, é uma questão mental, há jogadores que têm mais essa apetência do que outros. Há jogadores que são finalizadores por natureza. O que queremos é que as oportunidades surjam, depois que os jogadores estejam frescos para finalizar. Mas atenção que não vamos defrontar uma equipa qualquer. Estamos a falar de jogadores com enorme qualidade, jogadores campeões do Mundo. Derrotá-los é de facto um grande desafio para nós. Temos é de acreditar nisso, que temos essa capacidade», acrescentou.

Um jogo de tudo ou nada que pode levar os jogadores a cometer excessos que leve ao desequilíbrio da equipa. «A nossa equipa sabe o que tem a fazer em cada um dos momentos. Nem sempre isto é perfeito. Amanhã não vale a pena pensar que temos de ser muito bem organizados ofensivamente, que temos de por gente na área. Temos de ser fortes nos quatro momentos do jogo. Contra estas equipas não há outro caminho. Não podemos estar a pensar em atacar, atacar, atacar porque de repente o adversário nos pode criar perigo. Temos de ser equilibrados em todas as fases do jogo. Jogar com dois, jogar com três não é importante. É preciso ter energia, coração e cabeça. Mais do que atacar muito, quero atacar bem», explicou.

Há dois anos, também em Munique, já com Rui Vitória ao comando, o Benfica arrancou uma boa exibição a jogar com dois avançados na frente: Jonas e Mitroglou. Uma receita que poderá repetir esta terça-feira com Jonas e Seferovic. «Não vou dizer como vamos jogar amanhã, mas posso dizer-lhes quais são, em linhas gerais, o que é que nós queremos. Temos de ser uma equipa altamente rigorosa do ponto de vista tático e temos ser uma equipa muito rápida a sair para o ataque e ao mesmo tempo aproveitar a mobilidade dos nossos jogadores. Isso independentemente de ser em 4x4x3 ou 4x4x2. Não vou dizer porque sei que isso pode causar alguma dúvida no adversário. Rigor do ponto de vista tático é fundamental, depois saber por onde ir e a velocidade a que atacamos a equipa contrária. Temos de aproveitar estes dois condimentos porque vão ser essenciais amanhã, mais do que jogar com dois ou três avançados», destacou.

O treinador também recordou a eliminatória de há dois anos, mas diz que agora o mais importante é olhar para a frente. «Essa eliminatória foi interessantíssima de seguir. Do ponto de vista tático ainda hoje tenho esse resumo desse jogo, como tenho de muitos outros. Daquilo que foi a riqueza quer no jogo cá, quer no jogo lá. Acabámos por não passar, mas foi uma eliminatória bem disputada e com uma riqueza enorme. O caminho até aqui tem várias nuances. Não vale a pena dissecar. Várias variáveis podem ser colocadas em cima da mesa, mas a realidade é o jogo de amanhã. Não vale a pena estarmos agora a olhar para o passado. O foco tem de ser o jogo amanhã e o futuro», comentou ainda.