O que faz o Benfica quando perde fora por 1-0 na primeira mão de uma eliminatória europeia? A verdade é que há respostas para todos os gostos, uma vez que já vários cenários aconteceram. Desde respostas com goleadas, a empates penalizadores, vitórias que não chegaram ou até novas derrotas.

O Benfica já foi eliminado e também já seguiu em frente quase tantas vezes. Aliás, nas três provas europeias (incluindo a extinta Taça das Taças), a equipa encarnada tem finais felizes e infelizes em todas elas.

Uma distribuição quase salomónica, até porque, logo no primeiro ano em que experimentou a sensação de ter de virar um resultado de 1-0 no seu estádio teve sucesso e insucesso.

Aconteceu na Taça dos Campeões Europeus, na época 1971/72. Nos quartos de final, o Benfica perdeu por 1-0 contra o Feyenoord mas, em casa, goleou por 5-1 e seguiu para as meias finais.

Aquele ainda era o Benfica de Eusébio, mas nessa noite de magia, foram outros dois avançados a brilhar. Nené fez um hat-trick e Rui Jordão bisou.

Foi a primeira vez que o Benfica teve de virar uma derrota por 1-0 e o caso de sucesso inspirava a equipa para a segunda tentativa, logo na ronda seguinte e novamente contra uma equipa holandesa.

O Ajax de Johan Cruijff venceu 1-0 em Amesterdão, mas aguentou um nulo na Luz, seguindo para a final da competição, que haveria de ganhar ao Inter de Milão.

No ano seguinte, o Benfica voltou a ter de dar a volta a uma derrota por 1-0 fora de portas. E conseguiu. Na primeira ronda da Taça dos Campeões afastou os suecos do Malmoe com uma goleada de 4-1 na Luz, com dois de Eusébio, um de Simões e outro de Jordão. Não adiantou de muito, porque os encarnados foram eliminados logo na ronda seguinte pelo Derby County.

Na Taça dos Campeões aconteu por mais duas vezes a necessidade de virar um 1-0 em casa e os resultados foram distintos. Ambas na época 1983/84. Na segunda eliminatória, 3-0 ao Olympiakos em casa serviram para a equipa de Eriksson seguir em frente. Nos quartos de final, o jogo da Luz correu ainda pior e o Liverpool goleou por 1-4, a caminho da final que ganharia ao Roma.

Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus:

1983/84: Quartos de final – Liverpool, 1-0 (fora); 1-4 (casa) – ELIMINADO

1983/84: 2ª Ronda - Olympiakos, 1-0 (fora); 3-0 (casa) – APURADO

1972/73: 1ª Ronda – Malmoe, 1-0 (fora); 4-1 (casa) – APURADO

1971/72: Meias Finais – Ajax, 1-0 (fora); 0-0 (casa) – ELIMINADO

1971/72: Quartos de final – Feyenoord, 1-0 (fora); 5-1 (casa) – APURADO

E nas outras provas?

Feito o resumo na Liga dos Campeões pode, também, olhar-se para o que faz o Benfica nas outras provas europeias sempre que tem de virar um resultado negativo de 1-0, fora de portas.

Na Liga Europa/Taça UEFA há apenas uma história feliz e bem recente. Valeu, de resto, o acesso à final da prova, em Amesterdão, frente ao Chelsea, perdida nos descontos. Nessa meia final, o Benfica perdeu 1-0 na Turquia, frente ao Fenerbahce, mas corrigiu em casa, com um 3-1, numa noite em que Cardozo foi decisivo.

Antes disso, o desfecho tinha sido sempre triste para os encarnados, com especial destaque para um título que foi assim perdido.

No tempo em que as finais da Taça UEFA se disputavam a duas mãos, o Benfica perdeu, em casa, a oportunidade de juntar este troféu ao seu espólio, empatando a um golo (marcou Shéu para os encarnados), depois de uma derrota por 1-0 em Bruxelas, frente ao Anderlecht.

Liga Europa/Taça UEFA:

2012/13: Meias finais – Fenerbahce, 1-0 (fora); 3-1 (casa) – APURADO

1997/98: 1ª Ronda – Bastia, 1-0 (fora); 0-0 (casa) – ELIMINADO

1990/91: 1ª Ronda – Roma, 1-0 (fora); 0-1 (casa) – ELIMINADO

1982/83: Final – Anderlecht, 1-0 (fora); 1-1 (casa) – ELIMINADO

Já na extinta Taça das Taças há dois casos apenas e, para comprovar a ideia de que tudo pode acontecer, o final é diferente em ambos.

Em 1980/81, o Benfica voltou a afastar o Malmoe depois de perder 1-0 na Suécia, tal como havia feito nove anos antes na Taça dos Campeões. Na Luz, dois golos de penálti de Nené apuraram a equipa de Lajos Baroti que seria afastada pelo FC Carl Zeiss Jena, equipa da antiga RDA que está atualmente no 5º escalão alemão, nas meias-finais.

O outro caso aconteceu também na década de 80, frente aos checos do Dukla e com contornos dramáticos: o Benfica até venceu na Luz, por 2-1, mas foi afastado pela regra dos golos fora.

Taça das Taças:

1985/86: Quartos de final – Dukla Praga, 1-0 (fora); 2-1 (casa) – ELIMINADO

1980/81: 2ª Ronda – Malmoe, 1-0 (fora); 2-0 (casa) – APURADO

TOTAL: 5 casos de sucesso/6 casos de insucesso