A FIGURA: Fejsa, O Omnipresente

Está sempre onde é preciso uma compensação ou uma dobra. É o caterpillar da equipa de Rui Vitória, onde (por vezes) começou o processo de construção dos encarnados e onde (muitas vezes) terminaram as investidas dos turcos. Revelou-se importantíssimo numa fase inicial da partida, quando o Benfica sentiu muitas dificuldades para sair da sua zona defensiva e perdia muitas bolas nas transições para o ataque. Ainda no primeiro tempo, quase isolou Salvio e esteve perto de marcar na sequência de uma bola parada na etapa complementar. Saiu debaixo de uma enorme ovação.

O MOMENTO: golo de Talisca nos descontos (a justiça poética do futebol)

São momentos que, arriscamos dizer, só o futebol proporciona. Proscrito por Rui Vitória, Talisca rumou à Turquia onde começou uma nova etapa da carreira. Foi lançado no início do segundo tempo e desde cedo se mostrou que estava com ganas de fazer mossa. Variações de flanco com qualidade e tentativas para visar a baliza de Ederson. Parecia ficar por aí a ação do brasileiro em campo, quando ganhou uma falta sobre Celis. Parecia não estar destinado a marcar o livre, mas Quaresma levou-o até perto da bola. Talisca bateu com sabe: bem e para o fundo das redes. O jogador que ainda pertence ao Benfica celebrou como se não houvesse amanhã, sim. E depois? A figura do jogo também lhe assentava bem.

Crónica do Benfica-Besiktas

OUTROS DESTAQUES

Salvio: se o velho ‘Toto’ voltou, o tempo dirá. Mas o argentino assumiu papel fundamental nas dinâmicas dos encarnados no ataque, ainda que numa função que não costuma desempenhar. Menos colado à ala do que é costume, foi visto muitas vezes no centro do terreno e foi numa dessas ações que ajudou a fabricar o lance do golo do Benfica. Recebeu nas costas da defesa, antes de desferir um cruzamento/remate que sobrou depois para Cervi. Teve alguns momentos que empolgaram as bancadas e acabou o jogo esgotado.

André Horta: 19 anos e já muita maturidade. O médio recuperado ao V. Setúbal voltou a mostrar que quer agarrar o lugar. Controlou bem a zona do meio-campo com Fejsa. Enorme passe teleguiado para Salvio no lance do golo do Benfica. Revelou frieza em situações de aperto, resolvendo alguns problemas com classe, mas cometeu um ou outro deslize que podiam ter custado caro ao Benfica na etapa complementar.

Lisandro: imperial é um adjetivo muito usado para descrever grandes exibições de centrais. E assenta-lhe bem. Ganhou quase todas as batalhas na defesa e, lá na frente, é o jogador mais solicitado na sequência de bolas paradas. Está a ter um início de época muito interessante e está a fazer por merecer a confiança de Rui Vitória.

Hutchinson: o melhor do meio-campo do Besiktas. Controlou bem as investidas do Benfica pelo meio e tentou empurrar os turcos para o ataque. Quase marcou perto do fim, numa cabeçada travada por enorme defesa de Ederson para canto.

Quaresma: fez a cabeça em água a Grimaldo, que sentiu muitas dificuldades para travá-lo nos primeiros 45 minutos. No segundo tempo, passo para a esquerda e tirou mais um ou outro coelho da cartola, mas nada que se compare ao que fez do outro lado. Quase borrava a pintura, quando resolveu arriscar em zona defensiva e ofereceu o segundo golo do Benfica a Gonçalo Guedes, que permitiu a defesa de Zengin.