Outra vez um jogo com duas partes distintas, mas desta vez a segunda foi bem melhor do que a primeira. O Sporting voltou a jogar em casa para a Champions, perdeu por 1-0, com um golo solitário de Matic, mas o jogo terminou com uma tremenda salva de palmas para a equipa de Marco Silva que, depois de um primeiro tempo que chegou a soar a pesadelo, com um Rui Patrício de luxo, ressuscitou depois do intervalo para terminar o jogo com dignidade e o empate ali tão perto.

Confira a FICHA DO JOGO

O problema no centro da defesa do Sporting tem sido uma evidência em todos os jogos desde o início da temporada, mas esta noite esteve mais exposto do que nunca, sobretudo no primeiro tempo, e só não saiu mais caro ao Sporting graças a duas intervenções de luxo de Rui Patrício e uma falha gritante de André Shürrle. O Chelsea assumiu desde cedo as rédeas do jogo, como lhe competia, com Shürrle e Hazard sobre as alas e Oscar ao centro, nas costas de Diego Costa. Logo a abrir, um fabuloso passe do brasileiro deixou Diego Costa destacado e obrigou Rui Patrício a aplicar-se, desviando o remate do internacional espanhol com a ponta da bota. Foi apenas o primeiro sinal do vendaval que estava para vir. Sempre que o Blues, esta noite vestidos de amarelo, pressionavam, a defesa leonina tremia que nem varas verdes, com Maurício e Sarr a abrirem um autêntico corredor entre os dois.

Jonathan Silva também passou por tremendas dificuldades para travar as constantes investidas de Hazard e, numa delas, surgiu a segunda oportunidade soberana para o Chelsea, aos dez minutos, com Shürrle a surgir destacado junto ao segundo poste e acabar desarmado por Rui Patrício que saiu aos seus pés. Era noite de Rui Patrício e só por isso o resultado continuava em branco. O Sporting só saiu do sufoco aos quinze minutos quando Jonathan Silva surgiu de rompante pela esquerda e cruzou para a cabeçada de Slimani entre os centrais. Logo a seguir nova oportunidade flagrante para o Chelsea com Shürrle (tanta liberdade) a entrar na área e, com Patrício batido, a atirar ao lado.

De forma atabalhoada e com muita sorte, os leões iam conseguindo manter o nulo, mas cheirava a golo desde o início e este chegou de forma inesperada, aos 33 minutos. Livre de Fabregas sobre a esquerda para o segundo poste onde surgiu Matic a cabecear por cima de Patrício. Uma falha gritante, mais uma. Um golo que gelou as bancadas que, até então, tinham sido incansáveis no apoio à equipa. É que ainda por cima o golo tinha sido marcado pelo jogador mais assobiado quando as equipas foram anunciadas no início do jogo. O Chelsea abrandou o ritmo e o Sporting esboçou uma ligeira reação até ao intervalo, sem, conseguir melhor do que dois remates, um de Adrien e outro de William Carvalho, fora da área. Mas o melhor estava para vir.

Começa outro jogo...

O intervalo fez muito bem ao Sporting. Os leões entraram na segunda parte livre de complexos e a jogar o jogo pelo jogo. Ia começar outro jogo a partir daqui. A equipa de Marco Silva entrou com tudo e, por momentos, surpreendeu o Chelsea que, certamente, não esperava tamanha ousadia. Nani cresceu a olhos vistos e atrás de si puxou por João Mário, Carrillo e Slimani que conseguiram finalmente transportar o jogo para mais perto de Courtois. O Chelsea agora também tinha que defender, mas também tinha mais espaço para atacar. Num deles, voltou a brilhar são Patrício com mais uma saída arrojada aos pés de Óscar. Respondeu o Sporting com uma boa triangulação entre João Mário, Nani e Carrillo com o peruano a atirar às malhas laterais. Gritou-se golo em Alvalade, ilusão de ótica. Logo a seguir Carrillo é carregado por Ivanovic, Alvalade pedia vermelho ao contestado árbitro espanhol [Matyeu Lahoz], mas saiu amarelo. O mesmo critério que foi aplicado, no lance seguinte, a Maurício que travou mais uma cavalgada de Diego Costa, num lance em que acabou por sair lesionado, rendido por Paulo Oliveira.

O jogo estava mais intenso do que nunca, agora com parada e resposta e, em mais um ataque do Sporting, ficou uma grande penalidade por marcar, numa falta evidente de Ivanovic sobre Carrillo. Agora começava a cheirar novamente a golo, mas para o lado do Sporting. Mourinho sentiu o odor e abdicou de Oscar para fechar a equipa com Obi Mikel. O Chelsea voltou a equilibrar o jogo e Diego Costa podia ter acabado com a questão em mais um rápido contra-ataque que terminou com um remate às malhas laterais. Marco Silva procurou ainda recuperar o ímpeto, lançando de uma assentada Diego Capel e Montero, mas o ritmo já não era o mesmo. Rui Patrício voltou a ser decisivo, com mais uma saída arrojada, desta vez fora da área, a desarmar Diego Costa, mas Nani também atirou a rasar o poste e Montero cabeceou ao lado.

O jogo acabou com Alvalade rendido à abnegação da sua equipa. Uma derrota que não decide nada, para já, uma vez que o Maribor foi empatar a Gelsenkirchen e, assim, os leões seguem a apenas um ponto do segundo lugar.

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