José Mourinho recordou os tempos que passou em Alvalade integrado na equipa técnica de Bobby Robson. Um início de carreira que lhe trás boas recordações, mas nesta terça-feira, quando subir ao relvado, vai deixar todas as emoções de lado e encarar o jogo como faz com todos os outros.

«Passei nesta casa e não esqueço. Foi com orgulho que fui tudo nesta casa, fiz de tudo um pouco, tentei ajudar no que me era possível no início da minha carreira. Recordações do Sporting só tenho boas, a única má foi no dia em que saímos, mas no futebol é normal, não guardo rancores por isso», começou por recordar.

«Diverti-me imenso com Sousa Cintra»

Já é conhecida a relação que Mourinho manteve com Bobby Robson que depois acompanhou para o FC Porto e Barcelona, mas houve mais pessoas a marcar o treinador do Chelsea em Alvalade. «A minha relação com Manuel Fernandes é uma relação de dívida. Sou eu que lhe devo a ele e ele nada me deve a mim. Foi ele que me deu a mão e o que lhe dou em troca é uma amizade e um respeito enorme. Foi sempre um amigo, apesar de ter acompanhado à distância neste últimos anos», referiu.

O primeiro presidente, Sousa Cintra, também faz parte das recordações de Mourinho. «Diverti-me imenso. Para um miúdo que estava a começar no futebol encontrar um personagem daqueles foi muito divertido. Foi divertido até ao dia em que disse para arrumarmos a trouxa e irmos embora, mas de resto diverti-me imenso», acrescentou.

Além das recordações no Sporting, Mourinho também tinha saudades de jogar em Portugal. «Já não jogo em, Portugal desde 2006 e, depois de tantos anos seguidos a jogar contra outras equipas, é com satisfação que regresso a Portugal. Agora se me perguntarem se vai ser um jogo diferente, acho que não, vai ser como os outros,. Tento sempre isolar-me dos aspetos emocionais do jogo. Se pudesse escolher, escolhia já Chelsea primeiro, Sporting segundo. Como não posso escolher, vamos à luta amanhã», destacou.

O FC Porto foi o último clube português a vencer a Liga dos Campeões, há dez anos, com José Mourinho. Um feito que o treinador considera que pode voltar a repetir-se. «Claro que é possível, a história diz que é difícil, tanto que há dez anos que não se ganha e antes disso também houve um espaço de tempo significativo. Mas acho que os grandes portugueses são grades clubes, às vezes descontextualizados com o prestígio que a liga portuguesa tem lá fora, mas os clubes não, têm prestigio na Europa e são mesmo grandes clubes», referiu ainda.