O FC Porto foi a equipa que teve maior percentagem de posse de bola entre as 32 que jogaram a primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

De acordo com as estatísticas oficiais da UEFA, os dragões tiveram a bola 66 por cento do tempo, na vitória sobre o Áustra Viena (1-0), enquanto o Bayern de Munique teve 65 por cento no triunfo sobre o CSKA Moscovo (3-0).

O terceiro lugar no pódio é do PSG, adversário do Benfica. O Barcelona, guru da posse de bola, aparece em quarto lugar, lado a lado com uma série de equipas. Incluindo o Chelsea, que até perdeu. Aliás, a primeira jornada forneceu dados curiosos para alimentar a discussão sobre o que adianta ter a bola durante um jogo. O Benfica, a outra equipa portuguesa em campo, ganhou ao Anderlecht tendo tido a bola por menos tempo, ainda que a diferença seja curta: 49 contra 51 por cento.

Além de Benfica e Chelsea, também a Juventus não aproveitou o facto de ter tido bola 56 por cento do tempo no empate com o Copenhaga. Nem o Zenit, que terminou a derrota com o At. Madrid com 54 por cento de posse.

O Real Madrid é outro caso curioso. Os merengues dividiram exatamente a posse de bola com o Galatasaray, mas isso não os impediu de conseguir uma goleada por números incríveis, 6-1.

Um dado que ajuda a esta análise é o dos passes. E aqui assistimos ao desenhar de uma tendência interessante em relação ao Bayern Munique e ao Barcelona. O campeão europeu, agora treinado por Guardiola, o treinador que fez do Barcelona aquela máquina de controlo da bola, dá goleada nos passes tentados na partida frente ao CSKA Moscovo. Foram 862, contra 670 do Barcelona. Quase duas centenas a mais.

Foram jogos diferentes, adversários com estilos diferentes: os russos do CSKA Moscovo para o Bayern, os holandeses do Ajax para o Barça. Mas é um sinal. Tudo isto resultou em 753 passes certos para o Bayern, 87 por cento, e 572 para o Barça, 85 por cento.

O FC Porto ocupa o 10º lugar no ranking de passes tentados, com 557 e 75 por cento de eficácia. O Áustria Viena, adversário dos dragões, é a última equipa da tabela: 332 passes, 62 por cento completos. O Benfica é 18º, com 514 passes e 68 por cento de eficácia.

Prosseguindo com a análise a números que podem contrariar ideias feitas, vejamos os dados relativos à disciplina. Cometer mais faltas não é necessariamente sinónimo de fraqueza. Entre as equipas mais faltosas da primeira jornada, 10 venceram os seus jogos, apenas cinco perderam, sendo que o Copenhaga, que empatou com a Juventus, completa a lista. Como curiosidade, fique a saber que o Benfica está no topo das equipas mais faltosas, ao todo cometeu 22 infrações contra 14 do Anderlecht, igualado apenas pelo Shakhtar Donetsk. O FC Porto é quarto na lista, com 20 faltas, também mais do que o Áustria Viena (15). Aliás, os jogos das equipas portuguesas estão entre os mais faltosos da ronda inagural, batidos apenas pelo Real Sociedad-Shakthar (37 faltas). O Benfica-Anderlecht teve 36 e o Áustria-FC Porto 35.

Por fim, vejamos os remates. A primeira conclusão é de eficácia do Real Madrid e de desacerto da Juventus. Os espanhóis precisaram apenas de 13 remates enquadrados com a baliza para fazer seis golos. Bayern Munique e Juventus visaram a baliza igual número de vezes. Os alemães marcaram três golos ao CSKA Moscovo, os italianos por mais voltas que dessem não venceram o Copenhaga. Ainda tentaram mais 12 remates, todos para fora. Tudo resumido deu um golo.

O FC Porto foi a equipa que fez menos remates enquadrados com a baliza, três no total. Mais seis fora do alvo. O Áustria Viena foi a seguir à Juventus a equipa que fez mais remates desacertados, um total de nove. Quanto ao Benfica, terminou com sete remates à baliza, acrescentando a esses dois para fora.