LE: Benfica-Juventus, 2-1 (destaques)

Primeiro momento: golo de Garay logo a abrir
Dois minutos, canto da esquerda, marcado por Sulejmani. Luisão arrasta dois defesas junto ao primeiro poste, André Gomes também atrai as atenções sobre si na zona central e a bola vai para o segundo poste onde Garay salta nas costas de Bonucci que fica pregado ao relvado. Um golo que obrigou as duas equipas a rever todos os parâmetros do jogo que, a partir daqui, libertou-se das anunciadas amarras táticas para um jogo bem mais aberto do que era expetável. Ganharam os espetadores.

Segundo momento: entrada de Lima no jogo
A Juventus tinha empatado e estava por cima do jogo com o Benfica a dar sinais de quebra física, quando um passe de Enzo e um toque subtil de Ivan Cavaleiro deixaram Lima com a baliza de Buffon à disposição. O brasileiro encheu o pé, levantou o estádio e acordou a equipa. O Benfica podia ter feito o terceiro logo a seguir, outra vez com Lima na jogada: passe a rasgar para a entrada de Markovic que atirou cruzado a rasar o poste. Já no último minuto do jogo, nova arrancada de Lima pelo corredor direito e passe para Ivan Cavaleiro atirar de primeira contra um adversário. Lima esteve apenas meia-hora em campo, mas acabou por ser determinante nos últimos dez minutos.

Figura: Tévez é mesmo craque
Um verdadeiro artista. Começou por encantar com detalhes técnicos de enorme qualidade numa altura em que a Juventus ainda estava a dormir. Um movimento de corpo, para tirar um adversário da frente, um passe de calcanhar, um drible, mas foi com as suas impressionantes arrancadas que começou a abrir caminho para a baliza de Artur. Se a tradicional saída para o ataque pelos pés de Pirlo estava bloqueada, Tévez recuou para levar a equipa para a frente. Não se pode dizer que esteve inconformado, faz mesmo parte do seu carácter, e, numa altura em que a Juventus ainda nem tinha entrado no jogo, arrancou o primeiro remate, aos quinze minutos, depois de mais uma arrancada pela zona central. Foi sempre a grande referência do ataque da «vecchia signora» e acabou por marcar o golo do empate, lançado por Asamoah, depois de um estonteante slalon por entre os defesas do Benfica, antes de bater Artur.

Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores

Outros destaques:

Siqueira
A expulsão frente ao FC Porto acabou por trazer rendimentos. Além de ter saído mais cedo desse jogo, descansou frente ao Olhanense e esta noite apareceu como o jogador mais fresco em campo, assumindo todas as despesas no flanco esquerdo, permitindo que Sulejmani descaísse mais para uma zona interior. Teve uma entrada fulgurante no jogo, com grande intensidade no corredor esquerdo a colocar Lichtsteiner e, principalmente, Cáceres, em dificuldades. Com rápidas combinações com Sulejmani, o brasileiro foi a grande figura do jogo nos primeiros minutos. Mas manteve o rendimento intenso até perto do final, com rápidas arrancadas pelo corredor a provocar desequilíbrios na defesa italiana.

Cardozo e Rodrigo
Tiveram poucas oportunidades para visar a baliza de Buffon, mas foram determinantes para a pouca influência que Pirlo, contra todas as expetativas, acabou por ter no jogo. Sempre que a Juventus se preparava para sair para o ataque, os dois avançados, com a ajuda de um dos extremos , formavam uma cortina entre os centrais e o internacional italiano, impedindo a Juventus de sair a jogar. Um primeiro tampão que obrigou a equipa italiana a sair com um pontapé para a frente e a começar o jogo bem mais à frente do que está habituada.

Pirlo
Teve dificuldades em receber a bola na primeira fase de construção, mas não deixou de aparecer mais à frente, jogando quase sempre ao primeiro toque. Antes de receber a bola já sabe que destino é que lhe vai dar e jogou quase sempre de primeira, nem sempre com sucesso, mas percebeu-se bem as suas intenções de colocar a bola nas costas da defesa do Benfica. Além disso esteve em todos os lances de bola parada da equipa italiana, sem grande eficácia neste capítulo, diga-se.

Artur
Três defesas decisivas a permitir que o Benfica viaje na próxima semana para Turim em vantagem. Grande estirada para defender uma cabeçada de Pogba com selo de golo. Depois, na fase de maior sufoco, ainda teve de se aplicar a remates de Marchisio e Chiellini. No lance de golo, apenas com Tévez pela frente, pouco podia fazer, mas sai deste jogo com nota positiva.