O Estoril voltou a ser feliz em Vila do Conde, ao vencer o Rio Ave por 2-1, num jogo em que teve uma alta taxa de eficácia, aproveitou os erros dos rioavistas, e conseguiu aguentar uma pressão intensa nos últimos minutos de jogo. Uma vitória que leva os estorilistas da última posição até meio da tabela.

Mesmo em horário matinal, o Rio Ave-Estoril foi um encontro que não deu para adormecer. Duas equipas que, apesar de posturas distintas, procuravam a vitória de que tanto precisavam. Os jogadores do Rio Ave queriam responder em campo às críticas do treinador no jogo anterior. Já os homens da linha, que ficaram no último lugar após a vitória do Tondela, precisavam mesmo de pontuar.

A jogar em casa, o Rio Ave assumiu a iniciativa de jogo e a posse de bola e tentava chegar à baliza do Estoril, sobretudo pela esquerda, onde Rafa ia combinando com Heldon, que passava depois por Mano como por manteiga, com Dankler a ter que ir constantemente na compensação. Os rioavistas iam assim chegando perto da baliza de Moreira, mas, nos primeiros minutos, sem grande perigo, tirando um remate de Tarantini à meia volta, que o guardião do Estoril, muito próximo, encaixou bem.

Do outro lado, a estratégia era aproveitar os erros adversários e foi aí que o Estoril criou o primeiro lance de perigo. Aos 7 minutos, Eduardo ganhou uma bola no meio campo riovista, arrancou até à área e Cássio saiu-lhe aos pés e evitou o golo. Era o primeiro sinal de que a equipa do Estoril não estava para brincadeiras.

Não faltou muito para voltar a haver perigo. Guedes rematou na área, mas Dankler, que ia aparecendo em todo o lado, travou a rota da bola.

Mas o golo chegou na outra baliza. Após uma excelente combinação entre Bruno Gomes e Afonso Taira, este último deixou para a entrada de Matheus Índio, que, vindo de trás, rematou para o fundo da baliza. Muita passividade do meio campo defensivo e do lado direito da defesa rioavista a deixar passar o jogador do Estoril.

O Rio Ave acusou o golo de forma positiva. Cresceu em agressividade no campo, criando mais perigo e conseguiu o empate dez minutos depois. Num lance que começou com a movimentação de Heldon na esquerda, a colocar para a área, onde estava muita gente. Dankler ficou caído e Guedes tocou com a bola a sobrar para Krovinovic rematar no coração da área, batendo Moreira.

Logo a seguir, após uma jogada muito semelhante, que nasceu dos seus pés, Krovinovic, no mesmo lugar, mas mais à vontade, atirou ao lado. O 2-1 esteve à vista e voltaria a estar poucos minutos depois. Mais um cruzamento de Heldon, com Guedes a chegar ligeiramente atrasado à boca da baliza e a não conseguir o remate.

Custaria caro aos homens de Vila do Conde este desperdício de oportunidades porque em cima do intervalo, depois de um canto de Matheus Índio que Cássio cortou para novo canto, a bola voltou a chegar ao coração da área e Diogo Amado saltou para cabecear para o 2-1.

No início da segunda parte, o Estoril ainda procurou aumentar a vantagem, mas a história do jogo é sobretudo o Rio Ave a pressionar e a tentar chegar ao empate. A equipa ganhou mais agressividade e (algum) critério com a entrada de Rúben Ribeiro e Yazalde. Guedes, aos 73 minutos, ainda atirou ao poste, mas a bola não viria a entrar mais e a tranquilidade para pensar o jogo perdera-se.

O Estoril soube aproveitar bem as ocasiões que teve para se colocar em vantagem e do lado do Rio Ave houve erros próprios a lamentar. A pressão intensa da segunda parte, asfixiante mesmo nos minutos finais, acabou por não ser suficiente para contrariar alguma permissividade na defesa e falta de eficácia na finalização.