Figura:

Galeno: há um Rio Ave com Galeno e outro sem. Este é, porventura, o maior elogio que se pode fazer ao brasileiro. A equipa de José Gomes precisa da velocidade, da irreverência e da qualidade do jogador cedido pelo FC Porto para criar perigo. Durante meia parte, Galeno esteve escondido do jogo e os vila-condenses não criaram praticamente oportunidades de golo ao contrário da etapa complementar. Galeno apareceu, o Rio Ave melhorou e acabou a sorrir.

Momento: Dala indica o caminho para a vitória

O Rio Ave jogava contra nove elementos, mas tardava em criar situações para consumar a reviravolta. No penúltimo minuto de compensação, Ewerton perdeu a bola junto à linha lateral. Dala recebeu na zona central, fintou Macedo e atirou de pé esquerdo, em arco, sem hipóteses para Ricardo. 

Outros destaques:

Tabata: foi principal municiador do jogo ofensivo algarvio. Encostado à esquerda, usou e abusou da sua velocidade, fartando-se de contornar camisolas verde e brancas. Dotado tecnicamente, fez uma assistência sensacional – de trivela – que permitiu a Dener inaugurar o marcador. Para além de assistir, também esteve perto do golo, mas as suas tentativas esbarraram em Leonardo.

Leonardo: excelente exibição do guarda-redes vila-condense. Aproveitou a lesão de Makaridze para se afirmar como o dono da baliza e esta tarde realizou uma mão cheia de defesas importantes, sobretudo a remates de Tabata (38’) e Nakajima (52’). Teve o mérito de manter o Rio Ave na discussão do resultado.

Dener: forma com Ewerton e Pedro Sá um meio-campo de luxo. É o médio que mais procura chegar a zonas de finalização e aproveitou a liberdade que tem para aparecer no lugar de Wellington e fazer o único golo algarvio no encontro. Um gesto técnico irrepreensível, qual ponta de lança, sem hipóteses para o guarda-redes contrário. No geral fez uma boa exibição.

Dala: definiu demasiadas vezes mal e raramente trouxe fluidez ao jogo ofensivo da sua equipa. Ainda assim, merece o destaque pelo momento de inspiração que ofereceu a vitória ao Rio Ave. Teve espaço na zona central, driblou um adversário e atirou em arco, com o pé esquerdo, para o fundo da baliza do Portimonense.

Nakajima: estranhamente continua ao serviço do Portimonense tamanha a qualidade que possui. Folha coloca-o a jogador do lado direito, o que lhe retira poder de finalização. Porém, esteve perto de marcar ao minuto 10, mas o remate saiu ligeiramente ao lado. Mas, o que mais impressiona, é a forma como o nipónico se relaciona com os seus companheiros: ora toca de primeira, ora segura, atrai os adversários e serve o colega que está livre. Lampejos de classe de um jogador especial que merece, sem sombra de dúvidas, outros patamares.

Gabrielzinho: o brasileiro tomou-lhe o gosto. Dois golos em dois jogos na presente temporada ante o Portimonense. Depois de ter faturado marcado contra os algarvios na Taça da Liga, Gabrielzinho repetiu o feito. Até ao momento tem um registo interessante e que pode justificar o estatuto de reforço mais caro da história do clube.