Belenenses e Tondela empataram sem golos no Estádio do Restelo, num jogo que os «azuis», mesmo a jogar os últimos vinte minutos contra dez, voltaram a marcar passo. A equipa de Pepa, por seu lado, soma o quarto ponto em outros tantos jogos e, assim, entrega a incómoda lanterna vermelha ao Nacional, derrotado este domingo na Luz.

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Um jogo que começou com uma oportunidade para o Tondela logo a abrir, com Heliardo em carrinho a desviar uma bola de Ruca. A equipa de Pepa vinha de uma moralizante vitória sobre o Desp. Chaves e mostrou, desde logo, que vinha determinada a somar novamente pontos no Restelo.

Mas foi a equipa de Quim Machado que procurou assumir as rédeas do jogo, subindo em bloco e obrigando o Tondela a recuar e a fazer muitas faltas junto da sua área. Os «azuis» procuravam criar desequilíbrios com as subidas dos laterais, permitindo que João Diogo e Fábio Nunes procurassem zonas mais interiores, no apoio a Camará. O Tondela, por seu lado, procurava recuperar a bola para atacar com rápidas transições que, numa linguagem menos coloquial, pode-se traduzir por pontapés para a frente, tendo Heliardo como principal referência, mas procurando também explorar a velocidade de Jhon Murillo e Miguel Cardoso.

O jogo seguiu, assim, aberto, com o Belenenses com mais iniciativa, mas com muitas cautelas, para evitar os rápidos contra-golpes do Tondela. Mas a verdade é que era o Belenenses que tinha mais bola e que jogava mais tempo junto da baliza adversária. Camará colocou Cláudio Ramos pela primeira vez à prova e, logo a seguir, Gonçalo Silva também esteve muito perto de abrir o marcador, com um desvio subtil na pequena área. O Tondela passava por dificuldades nesta altura, até porque os pontapés longos para afrente não estavam a surtir efeito. Foi um momento do jogo com muitas faltas em que Bruno Paixão mostrou quatro amarelos numa espaços de poucos minutos, com os centrais do Tondela a ficarem desde logo condicionados.

Faltas que proporcionavam oportunidades para o Belenenses, que optava quase sempre por colocar a bola na área, à procura de Camará ou dos centrais que subiam até à área de Cláudio Ramos que, por esta altura, já era uma das figuras do jogo. Já perto do intervalo, mais duas oportunidades flagrantes para o Belenenses. Primeiro, na sequência de mais um livre de Vítor Gomes, com Yebda e Gonçalo Silva a não conseguirem fazer a bola passar a linha fatal. Logo a seguir, mais um remate de Camará, à meia volta, a obrigar Cláudio Ramos a mais uma defesa difícil.

Tondela reduzido a dez

O Belenenses estava por cima, mas precisava de mais qualquer coisa para chegar ao golo. A equipa de Quim Machado procurou isso mesmo a abrir a segunda parte, impondo um ritmo mais forte, mas sem conseguir quebrar a consistência do Tondela, com exceção para os lances e bola parada. Quim Machado não esperou muito mais para chamar Tiago Caeiro, para gáudio dos adeptos, prescindindo de André Sousa, para mudar a sua equipa para um claro 4x4x2. Pepa, por seu lado, limitou-se a refrescar o ataque, prescindindo de Heliardo para lançar o reforço Matheus Batista.

O Belenenses, agora João Diogo e Fábio Nunes mais abertos, procurava agora explorar as alas para chegar à área de Cláudio Ramos, mas perdia força na zona central, com Yebda e Vítor Gomes demasiado estáticos para ajudarem no ataque. As duas equipas voltavam a encaixar-se num jogo morno, quando Osório, um dos amarelados do Tondela, viu m segundo cartão e acabou por receber ordem de expulsão. Um novo dado que obrigava os treinadores a procurar nos (des)equilíbrios em campo. Pepa abdicava de Pedro Nuno para reconstruir a defesa com Kaká, enquanto Quim Machado procurava explorar a debilidade do adversário com a entrada do reforço Diogo Viana, prescindindo de Edgar Ié.

Faltavam vinte minutos para o final neste novo quadro, mas a verdade é que pouco mudou. O Belenenses manteve a iniciativa, carregou com tudo o que tinha até ao último suspiro, mas nunca conseguiu ultrapassar Cláudio Ramos que continuou a destacar-se como a figura deste jogo, com destaque para mais uma defesa apertada, nos últimos instantes do jogo, a remate forte de Camará. Uma grande defesa de Cláudio Ramos a que se seguiu outra grande defesa, do lado contrário, de Cristiano, a evitar o golo de Pité que tornaria ainda mais negra a noite dos «azuis».

Um ponto que traduz um Belenenses irregular, que já tinha perdido o último jogo em casa, diante do V. Setúbal (1-2), desperdiçando agora o triunfo arrancado no Bessa (1-0) na última jornada. Um ponto que permite, acima de tudo, ao Tondela abandonar o pouco confortável último lugar da classificação.

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