A paciência anulou a persistência. O golo de Nakajima revogou o de Luiz Phellype. E o Paços-Portimonense acabou com o 1-1 no marcador, num jogo em que os castores estiveram quase uma hora com mais um e, já em vantagem, deixaram fugir o primeiro triunfo em sete jornadas.

Petit tem dito que cada vez é mais difícil ganhar jogos na Liga. Louve-se essa máxima, sinal de consciência da competitividade. Pois bem, o Paços nem com vantagem – numérica e no marcador - conseguiu segurar os três pontos. E quase acabou derrotado por um Portimonense paciente e fatal.  

Os castores foram os mais atrevidos a quebrar a monotonia de um jogo frio e foram em crescendo com o tempo. Bruno Moreira teve o primeiro na cabeça aos sete minutos. Valeu ao Portimonense um Ricardo Ferreira de reflexos.

Os algarvios, apostados na largura com a subida dos laterais, esbarraram quase sempre na dupla André Leão-Gian, corpo de um meio campo combativo que deu azo a saídas rápidas e fáceis para o ataque. Não surpreendeu, por isso, a maior avalanche pacense à baliza contrária.

P. FERREIRA-PORTIMONENSE: OS DESTAQUES

Mais cruzamentos, mais remates, muitos deles por André Leal. O número dez, uma das cinco novidades no onze de Petit, estreou-se a titular na Liga. Faltou-lhe pontaria.

O Paços ia ameaçando e a expulsão de Tabata acentuou essa máxima. Aos 34 minutos, o extremo viu o segundo amarelo num lance com Pedrinho difícil de ajuizar, a motivar protestos naturais dos algarvios.

Os castores foram naturalmente em avalanche para o ataque. Assim acabou a primeira parte, mas sem desatar o nulo. Assim começou a segunda, com mexida no marcador. Petit acertou em cheio com a entrada de Luiz Phellype. Dois minutos bastaram para pôr fim eficaz à insistência, numa cabeçada a cruzamento de Xavier.

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O mais difícil estava feito. Ou parecia. O Paços continuou por cima. O Portimonense, a perder e com menos um homem, demorou e teve dificuldade em reagir. Pôs cobro a isso com paciência na circulação para chegar à frente, sem se livrar de sustos e de um enorme Ricardo Ferreira entre os postes: negou um golo certo a António Xavier (58m) e outro numa portentosa cabeçada de Miguel Vieira (65m).

Os algarvios mantinham-se firmes no jogo e só não ficaram ainda mais cedo nele porque Defendi, numa rara intervenção, negou com coragem o golo a Paulinho (69m). Sério aviso? Nakajima diz que sim. Minuto 72, o japonês aproveitou a peitaça de Fabrício na área e rematou colocado. Bola beija o poste, entra. Empata tudo.

A aparente tranquilidade do Paços não passava disso mesmo. Aparente. A equipa de Petit perdeu coerência. Pouco ganhou com Mabil e Vasco Rocha. E foram os algarvios quase a dar um golpe de teatro que, minutos antes, parecia utópico. Na compensação, o livre de Nakajima roçou o poste e, depois, num raro lance de cinco para três, Lumor não tirou proveito da superioridade e atirou ao lado.

No final, palmas entre o Portimonense. Desalento, assobios e alguns lenços brancos para um Paços que tinha o jogo na mão e perdeu oportunidade de ganhar respiro na Liga.