Figura:

Brahimi

Destaque maior esta noite no Dragão. Nesta versão idealizada por Conceição, o argelino tem liberdade total para deambular pela frente de ataque. E, é bem dentro do bloco adversário, que surge a melhor versão de Brahimi. Quando coloca a visão de jogo e a capacidade técnica tremendas que possuí, ao serviço do coletivo, o futebol dos azuis e brancos sobe para patamares nunca vistos no passado recente. Há várias épocas que se espera um ano sem oscilações de forma, quiçá, seja este. Coroou a sua exibição com o golo que deitou por terra qualquer esperança, por mais ténue que fosse, do Estoril conseguir levar um ponto para Lisboa.

O momento: Brahimi dá a estocada final na partida

Depois de uma entrada forte no primeiro tempo sem conseguir materializar a superioridade evidenciada, Brahimi decidiu impedir que história semelhante se repetisse no início da etapa complementar. Boa combinação com Telles – uma de muitas, sublinhe-se – com o argelino a ficar à entrada da área. Ao invés de tentar o remate, decide combinar com Aboubakar, mas um corte deficiente de um adversário, deixou-o na cara de Moreira. Perante a saída do guarda-redes do Estoril, tocou com classe para o segundo golo do encontro. A partir daí, o FC Porto jogou a seu bel-prazer e construiu resultado volumoso.


Outros destaques:

Marega

Substituiu o lesionado Soares e, diga-se, agarrou a oportunidade concedida por Sérgio Conceição. Frequentemente um mal-amado pelos adeptos, voltou a marcar em jogos oficiais com a camisola azul e branca. Aliás, bastaram dois minutos em campo para o fazer, após ter entrado. Cresceu com o decorrer dos minutos e completou o bis à hora de jogo. A continuar assim, vai-se tornar uma opção válida para a frente de ataque.

Allano

Irreverente e com uma capacidade técnica acima da média, foi a principal dor de cabeça para os laterais do FC Porto. Perdeu fulgor no segundo tempo e, quiçá por isso, o Estoril denotou dificuldades em chegar ao último terço. Um jogador interessante que merece ser olhado com atenção.


Lucas Evangelista

Recrutado à Udinese, funcionou como elo de ligação entre o meio-campo e o ataque. É notório que a formação de Pedro Emanuel cresce quando a bola lhe chega ao pé esquerdo. Tentou por duas vezes visar a baliza de Casillas, mas sem efeitos práticos. Em suma, tem qualidade para ser importante neste Estoril.

Aboubakar

Exibição contrastante com aquelas protagonizadas na pré-época, sobretudo no capítulo da finalização. Dispôs de invariáveis oportunidades para marcar, embora sem nunca conseguir encontrar o caminho para o fundo da baliza de Moreira. Ainda assim, uma boa exibição. Importante a jogar de costas para a baliza e tabelar com os colegas, algo que é uma das pechas do seu jogo. Notou-se ainda um compromisso enorme aquando da perda de bola.

Óliver

Tem tudo para ser umas das figuras de proa deste FC Porto. É o criador e pensador de todo o futebol ofensivo dos portistas. Aliás, vê-se que os colegas o procuram constantemente para criar jogo. E Óliver corresponde com passes sublimes e com uma inteligência ímpar. Na retina, ficaram as assistências deliciosas para os tentos de Marcano e Marega. Saiu debaixo de aplausos a dez minutos do final.

Ricardo Pereira 

Duas boas temporadas em França valeram-lhe entrada direta no onze neste regresso ao FC Porto. Extremamente competente a defender, demonstra grande capacidade para subir e apoiar com frequência o ataque. Confirmou as boas indicações deixadas na pré-temporada e dissipou eventuais dúvidas que pudessem existir sobre quem é o dono da posição à direita da defesa.