O Sp. Braga estreou-se a vencer em casa esta época, derrotando o Boavista (3-0) com mais pragmatismo do que propriamente classe. Os homens do Bessa deram boa réplica na Pedreira e até impuseram algum nervosismo na equipa de Peseiro, mas a competência na finalização e golos em momentos-chave construíram um resultado tranquilo.

Hassan, que voltou a marcar depois de um longo jejum, abriu o ativo ainda antes da meia hora. Já no segundo tempo, Pedro Santos converteu uma grande penalidade que o próprio sofreu e deu depois o terceiro a Wilson Eduardo numa saída rápida para o ataque. Três golos sem resposta que valem a primeira derrota da época ao Boavista.

Melhor o resultado do que a exibição do Sp. Braga, que vence o segundo jogo consecutivo e demonstra veia goleadora com seis golos nesses mesmos dois jogos. Injeção extra de confiança para a estreia europeia, que está agendada para quinta-feira diante do Gent.

Antídoto egípcio contra o nervosismo

O Boavista apresentou-se arrojado no municipal bracarense, ciente das suas limitações mas ao mesmo tempo convicto de que as suas virtudes seria capazes de criar mossa na Pedreira. Com o Sp. Braga a assumir de forma natural as rédeas do jogo, os axadrezados ripostaram com critério, a ponto de criar nervosismo no conjunto de Peseiro.

Com mais bola, os arsenalistas sentiam dificuldades a fazer fluir o seu jogo e viviam essencialmente de iniciativas individuais, quase sempre por intermédio de Pedro Santos, que quando acelerou provocou desequilíbrios.

Cenário propício para os boavisteiros armarem saídas rápidas para o ataque, algumas delas com relativo perigo. Marafona teve de fazer uma saída arrojada aos pés de Anderson Carvalho e, minutos antes do golo, deixou escapar o esférico para não agarrar fora da área, quase deixando a bola à mercê do adversário.

Sinais do tal nervosismo, que teve Hassan como antídoto. O egípcio voltou a trocar sorrisos com as redes adversárias. Um remate de Ricardo Horta ressacou num jogador do Boavista, o avançado rematou de primeira com uma enorme frieza para fora do alcance do estreante Mamadou Ba a um minuto da meia hora de jogo.

Pedro Santos desnivela

A frieza de Hassan sossegou os bracarenses e amoleceu as hostes axadrezadas, que não mais se encontraram no primeiro tempo. Acusaram o golo, a penalizar uma exibição conseguida até então, e demoraram a voltar ao jogo os homens de Erwin Sanchez. No arranque do segundo tempo os boavisteiros ainda voltaram a ameaçar, por vezes faltando astúcia para o remate em detrimento de tanto aflorado.

Aproveitou o Braga, por iniciativa de Pedro Santos, para se impor de forma eficaz e desnivelar o resultado com dois golos em seis minutos. À passagem do minuto 62 Pedro Santos partiu para cima de Talocha no interior da área, sendo que o árbitro Artur Soares dias assinalou castigo máximo num lance difícil de ajuizar.

Da marca dos onze metros o extremo não desperdiçou e deu um passou importante para o carimbo dos três pontos. Um passo que teve seguimento ao minuto 68 com uma correria desenfreada de Pedro Santos a conduzir um rápido contragolpe para servir o terceiro a Wilson Eduardo.

Triunfo expressivo do Sp. Braga, demasiado penalizador para um Boavista de peito feito, que não se escondeu de jogar de igual par igual na Pedreira. Apesar de estar ainda à procura de criar a sua identidade e de praticar um futebol menos vistoso numa comparação inevitável com a época passada, o que é certo é que os minhotos continuam sem perder na Liga e soma dez pontos em quatro jornadas.