De sobreaviso pelo ano anterior, o Feirense entrou na Liga decidido a evitar novo susto.

Um arranque forte da equipa de Nuno Manta permitiu-lhe ganhar o primeiro assalto. Quando o Rio Ave recuperava da primeira grande investida, Edinho fechou a sete chaves o portão do castelo. No final de contas, o Feirense arrancou o campeonato com um triunfo convincente. E, mais do que tudo, inteiramente merecido.  

Os vila-condenses mostraram incapacidade e falta de competência para arrombar o castelo da Feira. Não entraram bem no jogo – à meia hora já perdiam por 2-0 – e, quando quiseram mudar o rumo dos acontecimentos, já o Feirense estava sentado confortavelmente no topo da muralha.

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Feirense, Feirense e mais Feirense. A formação da casa preferiu quase sempre atacar ao invés de resistir. O início do jogo mostrou uma equipa fogaceira com um ritmo de jogo alto, com constantes trocas de bola e boa ligação entre Babanco, Tiago Silva e Crivellaro na zona central. Mesmo num relvado em mau estado, o conjunto de Nuno Manta apresentou uma ideia de jogo aprimorada comparativamente com o ano transato.

O futebol mais desenvolto dos fogaceiros cravou cedo diferença marcador. Sturgeon fugiu a Afonso Figueiredo em velocidade, esperou apoio e atrasou para Tiago Silva. O pontapé de longe do médio desviou em Leandrinho e traiu Leonardo. Com um pouco de sorte, fez-se justiça no marcador.

Os vila-condenses sentiram de sobremaneira o golo sofrido. E, quando estavam em período de convalescença, sofreram o 2-0. Precipitação de Nadjack a oferecer um livre lateral ao Feirense. O cruzamento de Tiago Silva – o melhor em campo – foi delicioso e a finalização de Edinho irrepreensível.

Entre um e outro golo, Luís Machado viu o seu remate em arco esbarrar no ferro da baliza de Leonardo. Seria um golo de levantar um estádio.

O Rio Ave tinha uma hora para escalar as muralhas do castelo. A equipa de José Gomes mostrou sempre enormes dificuldades em superar a organização contrária. Raras vezes conseguiu e quando o fez, foi quase sempre por intermédio de Galeno, com exceção a um remate forte de Dala para defesa apertada de Caio. O extremo é o principal agitador da equipa e tentou, de inúmeras formas, servir os seus companheiros. Tarantini, por exemplo, declinou a oferta do companheiro brasileiro e cabeceou ao lado (40'). 

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Schmidt deu a vez a Bruno Moreira logo no reatamento. É verdade que o Rio Ave melhorou, jogou mais tempo no meio-campo do Feirense, mas nunca traduziu essa superioridade passageira e ligeira em oportunidades para marcar. O melhor que logrou foi um pontapé de longe de Tarantini e um cabeceamento de Dala. Pouco, muito pouco.

Confortável no jogo, o Feirense por pouco não fez o 3-0. Tiago Silva, quem mais, assistiu João Silva que cabeceou ao lado. O jogo das oportunidades fechou-se aí, por volta do minuto 70. Nem com as  entradas de Furtado e de Miguel Rodrigues (um central que entrou para avançado) o Rio Ave criou uma oportunidade flagrante no Marcolino de Castro.

O Feirense venceu com justiça e com a tranquilidade que tantas vezes lhe faltou no ano passado. Por sua vez, o Rio Ave continua com um processo de jogo pouco afinado e sem convencer.