Quatro guarda-redes, uma expulsão e poucos golos, assim se conta a história de uma partida acidentada na Choupana.

O Nacional venceu o Rio Ave por 1-0, em jogo da 25ª jornada, mas o resultado ficou condicionado desde logo com a expulsão precoce de Cássio. Mas já lá vamos.

FILME DO JOGO

Entrou melhor a formação visitante, com total controlo dos primeiros quinze minutos, ainda que não tenha criado verdadeiras oportunidades de perigo para a baliza de Gottardi. Yazalde teve nos pés talvez a melhor, aos 7 minutos, mas falhou o desvio à boca da baliza.

Aos 19 minutos o primeiro contratempo para Manuel Machado. Gottardi caiu sozinho no relvado e não teve condições para continuar em campo. Mais tarde ficou afastado um cenário de maior gravidade – tudo indica que será uma lesão muscular – mas obrigou o técnico dos insulares a queimar uma substituição ainda muito cedo.

Rui Vieira foi Salvador no duelo com Agra

Cássio até tinha protagonizado um momento bonito aquando da saída de Gottardi, ao ir até à linha cumprimentar o companheiro de posição. Mas isso iria revelar-se desnecessário, uma vez que, minutos depois, fez-lhe companhia fora das quatro linhas.

Aos 26 minutos, Cássio cometeu falta sobre Salvador Agra, quando o avançado no Nacional seguia isolado para a baliza. O árbitro Jorge Ferreira assinalou grande penalidade e expulsou o guardião vila-condense.

Entrou para o seu lugar Rui Vieira e, na primeira vez que tocou na bola, acabaria mesmo por defender o penalti batido pelo próprio Agra. Desperdício enorme do avançado, que até tem vindo a mostrar um bom desempenho em frente às redes nos últimos jogos.

Com os dois suplentes nas balizas, algo que merece relevo pela invulgaridade, o jogo prosseguiu com mais equilíbrio entre as equipas. O Rio Ave, mesmo em desvantagem numérica, não deixou de investir no ataque e, lá na frente, os homens mais avançados foram causando muitas dores de cabeça aos alvinegros.

Ao intervalo, soava o alarme na defesa do Nacional. Obrigado a tomar o controlo do jogo, face à vantagem numérica, a dupla de centrais amarelada obrigava a uma maior contenção, algo que podia não dar bons resultados.

O triunfo depois do alarme

Manuel Machado apercebeu-se disso e procedeu a uma alteração ao intervalo, fazendo recuar Ali Ghazal e colocando Luís Aurélio no miolo do terreno.

A estratégia do treinador alvinegro nutriu efeitos imediatos, com o Nacional a ganhar mais consistência e qualidade ofensiva.

Depois de várias tentativas falhadas, uma das quais negada outra vez por Rui Vieira, com um grande defesa, os insulares conseguiram finalmente chegar ao golo.

Aos 55 minutos, Washington arranca desde o meio-campo e serve na perfeição Ricardo Gomes. Entre os centrais vila-condenses, o avançado recebeu e rematou para o fundo da baliza, apontando o seu primeiro golo com a camisola do Nacional.

RICARDO GOMES FOI A FIGURA DO JOGO

O golo confirmou a superioridade da equipa da casa e deu moral para o que faltava jogar. A partir daí assistiu-se a um Nacional dominador, a controlar o adversário em todos os setores do terreno.

O Rio Ave reagiu já no último quarto de hora, aproveitando uma relativa quebra física dos insulares para se aproximar da baliza. E foi o que fez, ainda que não tenha conseguido assustar verdadeiramente Rui Silva.

Fica a ideia de que, de facto, o jogo poderia ter tido outro desfecho se ambas as equipas tivessem jogado em igualdade numérica.

O Nacional arrecadou a terceira vitória consecutiva, garantindo para já o objetivo da permanência. Os alvinegros podem agora aspirar a outros voos, uma vez que se encontram a apenas cinco pontos do primeiro lugar europeu, precisamente ocupado pelo Rio Ave.

Os vila-condenses, por sua vez, vêm o Arouca aumentar o fosso na luta pela Liga Europa, e podem mesmo ser ultrapassados pelo Vitória de Guimarães, em caso de triunfo da formação vimaranense sobre o Paços de Ferreira.