Em clima de festa e traje europeu, o Arouca entrou em campo frente ao Vitória de Guimarães para celebrar uma época extraordinária. A equipa de Sérgio Conceição mostrou, porém, desde cedo que vinha decidida a estragar a festa da equipa de Lito Vidigal.

O Vitória entrou mandão no jogo, a controlar a bola e a remeter o Arouca, apático, para o seu meio campo defensivo. Esta foi a toada do jogo até o Vitória conseguir uma vantagem de dois golos.

O primeiro surgiu na sequência de um canto cobrado por Otávio. A bola é aliviada pela defensiva arouquense e a letargia da equipa, espelhada neste lance, permitiu a Cafú ter todo o tempo para dominar e rematar para o fundo da baliza de Rui Sacramento.

FICHA DE JOGO E A PARTIDA AO MINUTO

O Arouca, a espaços, tentou responder através da meia distância de Nuno Valente, mas foi pouco perante a qualidade de jogo apresentada pelo Vitória que, com naturalidade, chegou à vantagem de dois golos na partida.

Contra-ataque bem construído, com João Teixeira à cabeça, que terminou com a excelente conclusão, de primeira, do peruano Paolo Hurtado após assistência do jovem jogador emprestado pelo Benfica.

A partir do segundo golo, a equipa de Sérgio Conceição tirou o pé do acelerador e permitiu que os arouquenses, galvanizados pela moldura humana que enchia o Estádio Municipal de Arouca, começassem a crescer no jogo.

Segunda parte à imagem do Arouca europeu

Foi de cara lavada e ideias fresca que a equipa de Lito Vidigal voltou para o segundo tempo. O mote foi dado pelo antigo treinador do Belenenses que lançou Maurides e Adilson no jogo e a equipa correspondeu bem às alterações efetuadas.

O Vitória, remetido à defesa e tentar aproveitar o erro do adversário, acabou severamente castigado no último suspiro do Arouca.

Com Nuno Coelho e Nuno Valente a assumirem as rédeas do jogo, ao mesmo tempo que Otávio e João Teixeira se eclipsavam, o Arouca demonstrou a qualidade de jogo que lhe permitiu ser a equipa com menos derrotas na Liga, atrás de Benfica e Sporting.

Após oportunidades desperdiçadas por Maurides e Nelsinho, a equipa da casa conseguiu mesmo marcar através de uma bola parada. A defesa do Vitória não foi lesta a despachar a bola e Walter González conseguiu, no meio de uma grande confusão na pequena área de Miguel Silva, reduzir a diferença no marcador.

A equipa do Vitória tremeu e acabou mesmo por ser penalizada. Em cima do minuto 90 e quando nada o fazia prever, o último suspiro foi transformado em golo. Parecia que a invencibilidade do Arouca, que dura desde meados de janeiro, ia terminar, mas eis que apareceu Adilson para vestir o papel de herói.

O médio foi capaz de garantir que o espírito de festa no conselho de Arouca se mantenha por mais uns dias.

Mais uma vez, o V. Guimarães foi pouco agressivo nos lances de bola parada, permitiu que Adílsson aparecesse sozinho, ao primeiro poste após cruzamento do recém entrado Ivo Rodrigues, a desviar para o fundo da baliza de Miguel Silva.

Repetiu-se mais uma vez algo que quase se tornou hábito para os lados de Guimarães. Depois de ter estado em vantagem, a equipa acaba por deixar fugir a vitória.

Foi com o estádio Municipal de Arouca em júbilo que a partida terminou.

Um jogo de papéis invertidos. O Arouca, pela terceira vez em prova no escalão máximo do futebol português, atingiu sob o comando de Lito Vidigal uma presença nas competições europeias, presença essa que era objetivo assumido por Sérgio Conceição aquando da sua chegada ao Vitória.

Mora em Arouca a maior surpresa do campeonato e em Guimarães umas das desilusões da temporada. Apesar da má entrada da equipa da casa, foram visíveis os motivos que conduziram a esta, inesperada, troca de posições.