A FIGURA: Renato Santos

Uma seta apontada à baliza do Benfica. Expedito, Renato inventou o lance do primeiro golo axadrezado (aproveitando uma invenção ainda maior da defensiva encarnada), ao recuperar a bola à entrada da área, penetrar e atirar cruzado para o fundo da baliza de Varela. Mas não é só pelo golo que o ala merece destaque. Boa parte do jogo ofensivo do Boavista carrilou pelo flanco direito e o mérito aqui vai também para Edu Machado, que se integrou muito bem nas ações ofensivas. Renato combinou bem com o seu lateral direito e também criou perigo também nos lances de bola parada.

O MOMENTO: Minuto 74. A bola de Espinho parecia que levava picos

Bola a mais de vinte metros da baliza, Fábio Espinho acaricia-a e vai tentar bater o livre frontal. Até aqui, tudo normal. O insólito acontece depois, quando o camisola 10 dos axadrezados bate mais em jeito do que em força e o guarda-redes do Benfica aborda uma bola defensável com mãos de manteiga, deixando-a entrar na baliza. Resultado: golo! Placard: 2-1 para o Boavista! Diz-se nas peladas de rua: «A bola parecia que levava picos…» Apropriadamente, já agora, dado o apelido do médio axadrezado. Uma coroa para Espinho, portanto. O futebol é mesmo assim, cruel. E esta tarde, no Bessa, um só lance bastou para a crucificação do guardião encarnado.

OUTROS DESTAQUES:

Fábio Espinho

Quem o conhece já sabe ao que vai. Fábio tem talento, sabe o que fazer à bola, mas nem sempre as coisas lhe saem bem. Na primeira parte, intercalou lances de bom recorte técnico com algumas perdas de bola. Na segunda parecia perder o protagonismo para David Simão, que entrou bem no jogo. Até que aos 74 minutos surgiu aquele livre frontal e bem longe da baliza Fábio arriscou o remate, mais colocado do que potente, o resto fez Varela. Um presente em forma de golo da vitória. Mérito de Fábio, ainda assim, que marcou e logo a seguir deu o lugar a Rochinha.

Vágner

Que duelo protagonizou com o seu compatriota Jonas! O guarda-redes brasileiro teve uma mão cheia de defesas que ajudaram o Boavista a segurar-se no jogo, primeiro, e depois a garantir o empate. Há muito tempo que os axadrezados não tinham um dono das redes que transmitisse tanta segurança à equipa.

Rúben Dias

First things first; e a primeira nota de destaque no jogo foi a chamada ao onze inicial do jovem defesa-central, em virtude do surto febril que afetou Lisandro em cima da hora do jogo. Na sua estreia absoluta na equipa do Benfica, Rúben não se saiu mal. Deu boas indicações e mostrou-se um companheiro fiável para Luisão.

Jonas

Uma bala, um tiro certeiro. Aos 8’ o Pistolas já fazia a diferença no Bessa. Não é novidade dizer que aos 33 anos o brasileiro está em plena forma e continua a ser a grande referência do ataque encarnado. Tanto aos 33’ como aos 63, em remates à entrada da área, esteve perto de bisar. Esta tarde, porém, o seu golo não chegou para voltar a ser decisivo no Bessa – tal como havia sido há dois anos num golo ao cair do pano. O arranque de época ainda assim corre-lhe bem a título individual: sete remates certeiros em seis jornadas, melhor marcador da Liga e autor de mais de metade do total dos (13) golos dos encarnados na competição. Notável.