A figura: Jonas

É um dos grandes pontos de desequilíbrio no processo ofensivo deste Benfica. A mobilidade ao serviço do coletivo, que desempenho de grande nível na Mata Real. Passe fenomenal para Carcela no lance do primeiro golo encarnado, depois de fugir para o lado esquerdo da área. É também ele que conquista a polémica grande penalidade em cima do intervalo, furando entre a defesa pacense. Cobrança exemplar para o 24º golo na Liga, o 6º na sequência de castigos máximos.

O momento: o pé de Andrezinho no caminho de Jonas

1-1 no marcador, intervalo à vista. Jonas entra na área do Paços e fura entre dois adversários. Depois tenta passar entre outros dois. Andrezinho mete o pé, o brasileiro salta e acaba por cair. Poderá haver contacto e a discussão será longa. Fica daqui a certeza, assumida: não marcaria grande penalidade. Benefício da dúvida para Jorge Ferreira, que assinalou castigo máximo. Jonas colocou o Benfica em vantagem e o Paços não mais recuperou.

Outros destaques:

Diogo Jota

Percebeu-se desde cedo que André Almeida teria a missão mais complicada do lado encarnado. Diogo Jota, 19 anos, que foi alvo de negociações – sem desfecho assumido – entre Paços e Benfica em janeiro, passou por um período de menor fulgor mas afastou essa intranquilidade e está de volta ao seu melhor. Grande qualidade a partir do flanco esquerdo, com natural destaque para um lance de antologia. André Almeida ficou caído depois de disputar uma bola pelo ar, Jota fintou Eliseu e Lindelof com o pé esquerdo e, vendo Júlio César adiantado, rematou em arco com o direito. Caiu de produção na etapa complementar.

Mitroglou

O complemento perfeito para Jonas. Uma compleição física impressionante, transformando-se numa tremenda dor de cabeça para os seus adversários. Ganhou vários duelos dessa forma mas apresenta ainda uma interessante leitura de jogo. Marcou na Mata Real o seu 13º golo na Liga, ficando a um do pódio de goleadores da prova. No total de todas as competições são 16 golos em 32 jogos. Uma média agradável.

Lindelof

Destaque pela acumulação de desempenhos seguros no eixo defensivo do Benfica. Era a quarta opção para o lugar, parecia votado ao esquecimento e surgiu de repente no onze para somar minutos sem grande registo de falhas. Teve o prémio na Mata Real, em lance de entendimento entre as torres encarnadas: Jardel ganhou de cabeça, Lindelof assinou o 1-3. O seu primeiro golo pela equipa principal do Benfica.

Carcela

Não é Gaitán, claro. Mas há pouca coisa que Carcela faça mal. Com a bola nos pés toma geralmente boas decisões e teve um papel determinante, aliás, no primeiro golo do encontro. Tabelou com Jonas e saiu-lhe um passe que parecia um remate em direção a Mitroglou. Falta-lhe alguma intensidade mas não deixou de pedir e bola e fez o possível para compensar a ausência de uma referência do Benfica. Nota positiva.