O Estoril bateu a Académica por três bolas a zero e deixou a equipa de Filipe Gouveia numa situação complicada na luta pela manutenção no principal escalão do futebol português.

Curiosamente, o jogo até começou com algum perigo junto da baliza estorilista, ainda antes de se ter completado o primeiro minuto no Cidade de Coimbra: Aderlan cruzou desde o lado direito e Rui Pedro surgiu oportuno ao segundo poste, embora o remate, apertado por Anderson Luís, não tenha saído nas melhores condições.

O Estoril entrou para esta partida disposto num 4-4-2, com Gerso na direita e Mattheus na esquerda, embora ambos caindo muitas vezes em zonas mais interiores e dando os flancos aos laterais. A equipa orientada por Fabiano Soares foi crescendo na partida com o passar do tempo, num jogo marcado pela intempérie que se abateu sobre Coimbra mesmo em cima da hora de começo da partida.

Já depois de um par de cruzamentos de Leandro Silva ter deixado a defensiva estorilista em sobressalto, a equipa forasteira acabou por chegar ao primeiro golo. Quase a chegar a meio do primeiro tempo, Anderson Luís cruzou da direita e Mattheus entrou em antecipação, de cabeça, batendo Pedro Trigueira sem apelo nem agravo.

A Briosa procurou responder mas o golpe que se seguiu, cinco minutos depois, foi ainda mais duro: Léo Bonatini cruzou de perto da linha de fundo e Gerso, aproveitando o adormecimento geral do setor defensivo conimbricense, atirou para o segundo da equipa da linha. Pânico generalizado no Cidade de Coimbra, perante a ameaça de mais um resultado comprometedor…

Até ao intervalo, pouco se viu da equipa da casa, completamente amorfa e sem mais ideias para lá de alguns bons passes de Aderlan a lançar Marinho na ala direita. Aliás, o lance mais perigoso até ao apito final de Rui Costa no primeiro tempo foi para o Estoril, com Léo Bonatini a obrigar Pedro Trigueira a defesa apertada e Anderson Luís, na recarga, a atirar ao lado.

Mattheus a resolver bem cedo

A Académica entrou para a segunda parte disposta a mudar o rumo dos acontecimentos, com Filipe Gouveia a passar ao alternativo 4-4-2, trocando Rafa Soares por Gonçalo Paciência e recuando Nii Plange para a lateral esquerda. No plano das intenções, a ideia era boa mas na sequência de um contra-ataque para o Estoril a vida complicou-se ainda mais para a turma da casa…

Léo Bonatini, o habitual goleador da equipa, voltou a servir na perfeição um companheiro, Mattheus, que bisou na partida, com um remate colocado de pé esquerdo, uma vez mais com a defesa academista a deixar-se surpreender. Se as coisas já estavam complicadas para a turma da casa, mais ficaram com este duro golpe, logo ao décimo minuto do segundo tempo.

Filipe Gouveia ainda procurou reativar a equipa em termos ofensivos, lançando Gui (que até entrou bem) e Rabiola, mas a tarde era de total falta de inspiração do lado dos conimbricenses. Do outro lado, com Gerso e Mattheus particularmente ativos, juntamente com dois laterais (entretanto Babanco havia sido trocado por Pedro Botelho) sempre prontos a apoiar o ataque, o Estoril foi causando calafrios em contra-ataque ficando até perto do quarto golo num par de ocasiões…

No final, ficaram três pontos importantíssimos para um Estoril que quer manter os pés assentes na terra, mas não perdendo de vista os lugares europeus. Já a Briosa voltou a cair num jogo caseiro, depois de até ter somado uma retumbante vitória na última partida no Cidade de Coimbra. Ossos do ofício para quem anda nisto das lutas pela manutenção até ao fim…