Momentos de pressão asfixiante, um guarda-redes que se fez gigante, e um miúdo que não para de sorrir porque procura, incessantemente a felicidade. O FC Porto teve que lutar muito para vencer a resistência estorilista, mas sai da segunda jornada com três pontos.

Terceiro jogo oficial do FC Porto, e terceiro onze diferente. Numa altura em que ainda tenta construir uma equipa à sua imagem, Nuno Espírito Santo foi para o jogo com o Estoril à procura do sistema de jogo que permitisse dar a melhor resposta ao encontro, mas também descansar algumas peças importantes da equipa, muito desgastadas com o encontro de quarta-feira frente à Roma, e com novo desafio do play-off da Liga dos Campeões daqui a três dias.

E as mexidas funcionaram. A equipa mostrou-se mais rotinada, sobretudo com duplas como Layun - Corona e Maxi – Varela na primeira parte, a colocarem bolas com quantidade e qualidade na área do Estoril. No meio campo, Rúben Neves assumiu as despesas do início da construção de jogo, deixando Herrera mais solto em apoio aos homens da frente e Otávio a aparecer constantemente onde o adversário menos esperava.

Pela frente, os portistas encontraram um Estoril que não teve outro remédio senão recuar e jogar com um bloco extremamente baixo para tentar resistir à pressão que se tornou, por vezes, asfixiante.

Não contente com a quantidade de bolas que recebia na área, André Silva ainda vinha atrás procurar jogo, acabando muitas vezes, por não conseguir passar a parede construída por Dankler e Thiago Cardoso, mas, quando se apanhava com a bola em boa posição, encontrava sempre a orientação da baliza.

Tinha tudo para ser um sábado gordo no Dragão, mas Moreira também apareceu para jogar e mostrar o que vale, não chegando os dedos de uma mão para contar as grandes defesas que fez. Negou o golo a André Silva, Otávio, Corona, Layun… ia frustrando as tentativas portistas, aliado a um imparável correr do tempo.

O intervalo chegou e Adrián entrou para a segunda parte, rendendo Varela. Era preciso marcar golos. Mas a frescura (física e psicológica) dos jogadores do FC Porto ia-se perdendo. A pressão já não era tão forte, embora a bola fosse quase sempre companheira dos jogadores do FC Porto e só raramente o Estoril, por intermédio de Mattheus, conseguisse chegar perto da área portista. Ainda assim, Casillas só por uma vez foi chamado a fazer uma defesa digna desse nome.

Mesmo com o relógio contra, com Moreira pela frente, o FC Porto não deixou de continuar a procurar a baliza, e, já perto do final do encontro, André Silva encontrou motivos para voltar a sorrir. Ao receber um cruzamento de Layun da esquerda, cabeceou na área, com a bola a ir parar junto ao poste esquerdo de Moreira. Dentro da baliza. A época do sonho do jovem avançado portista continua com um pleno: três golos em três jogos oficiais. 

O Estoril resistiu até onde pôde, mas acabou por ceder a seis minutos do final, concedendo o golo que parecia inevitável e dando os três suados pontos ao FC Porto.