O Benfica superou um dos testes mais difíceis fora do seu Estádio da Luz. E superou-o sem nota artística, como seria de esperar, deixando o Moreirense com fortes queixas em relação à equipa de arbitragem. Reviravolta com polémica (1-3), em jogo quente.
 
A equipa de Jorge Jesus foi surpreendida por um golo de João Pedro (a bola desviou em Jardel) após um intenso cerco à baliza de Marafona. Acusou a desvantagem sem perder o Norte e beneficiou de erros alheios para regressar a casa com um sorriso.
 
Os números, de qualquer forma, justificam o triunfo. 68 por cento de posse de bola, 18 remates, 15 pontapés de canto. Esforço inglório dos Cónegos. André Simões terá culpas na forma como se dirigiu ao árbitro do encontro.
 
Uma hora de jogo. O Benfica acaba de empatar num pontapé de canto inexistente. Elízio esticara a perna e Salvio caíra na área. Fica o pormenor: o brasileiro não tocou certamente na bola. Nem parece derrubar o argentino.
 
Na sequência do canto apontado por Pizzi, Luisão anulou a desvantagem. O caldo entornaria logo depois. Insatisfeitos com a situação, os jogadores do Moreirense excederam-se nos protestos, segundo Jorge Ferreira.
 
O árbitro do encontro mostrou o cartão vermelho direto a André Simões, semeando a confusão. Jorge Jesus e Miguel Leal surgem entre os que entram em campo e recebem igualmente ordem de expulsão. Muito feio.

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Houve então o jogo até esse momento e outro a partir daí. O Benfica, impulsionado pelo golo do empate e em vantagem numérica, pressionou em busca do segundo e ele chegou em poucos minutos. Eliseu a rematar com o pé direito, à entrada da área, com a trajetória a enganar Marafona.
 
O Moreirense reclamou ainda uma grande penalidade, na resposta, em duelo entre Eliseu e Danielson na área do Benfica. Ficam dúvidas. A verdade é que os encarnados tinham feito mais pela vantagem mas sofreram um golo de João Pedro na primeira parte e pareciam ceder à pressão.
 
Mérito para a equipa de Miguel Leal pela forma sem complexos como foi tapando os caminhos para a sua baliza e soube bloquear a primeira fase de construção do líder do campeonato. Alex recuou várias vezes para incomodar André Almeida, com André Simões e Battaglia e formarem uma dupla coesa à frente da defesa.
 
O Benfica criava perigo pelas laterais, sobretudo a direita, e foi conquistando pontapés de canto atrás de pontapés de canto na etapa inicial. Jorge Jesus não estava completamente satisfeito, ainda assim. Anilton desviou sem querer para o poste, na melhor oportunidade encarnada, e o Moreirense foi-se soltando até surpreender o adversário.
 
Perda de bola a meio-campo, desequilíbrio no lado direito do Benfica e Arsénio a aproveitar para servir João Pedro. O extremo, que marcara igualmente na Luz, rematou em arco, a bola desviou no peito de Jardel, e Artur não conseguiu evitar o 1-0.
 
Sinais de alarme em Moreira de Cónegos. O nulo punia a falta de inspiração dos jogadores do Benfica.
 
Em vantagem, a equipa da casa voltou a recuar linhas e utilizar as formas possíveis para deixar o tempo correr. Marafona, por exemplo, viu o cartão amarelo no arranque da etapa complementar por ser pouco lesto na marcação de pontapés de baliza.
 
O jogo decorria a um ritmo interessante, ainda assim, e o Benfica ia criando oportunidades para iniciar a reviravolta. Ela chegaria na fase mais polémica do encontro, já explorada acima, e seria confirmada com o golo da ordem de Jonas, ao minuto 72.
 
Triunfo justo do líder num campo difícil. Justo, sim, mas com lances que merecerão profunda análise nos próximos dias, seguramente.