A saída de Jorge Simão para o Sp Braga não afetou o Desportivo de Chaves. Ricardo Soares estreou-se no banco com uma vitória ao bater com toda a justiça o Estoril para a 15ª jornada da Liga (1-0). Com períodos sufocantes, flavienses apenas pecaram na finalização.

No seu primeiro onze pelo Desp. de Chaves, Ricardo Soares não surpreendeu, ao lançar a equipa base, fazendo regressar Ricardo à baliza para o lugar de António Filipe, e William à frente de ataque, rendendo Rafa que havia saído com queixas físicas do Dragão, onde fez o golo dos flavienses. Do lado contrário, também apenas duas alterações, com Pedro Carmona a lançar no seu segundo onze Alisson e Dankler, para os lugares de Aílton e Afonso Taira.

No melhor arranque de jogo da época os flavienses apenas não criaram um resultado confortável por falta de eficácia. Jogando mais e melhor, a equipa de Ricardo Soares mostrava que a troca de treinador em nada alterava os objetivos do clube transmontano.

Logo aos dois minutos Paulinho ganhou um canto em jogada de insistência e na sequência deste, Fábio Martins disparou muito forte e muito perto. No mesmo meio campo, mas do outro lado, respondeu Nélson Lenho aos quatro minutos, com o lateral esquerdo a servir Perdigão ao segundo poste mas este a atirar por cima.

A formação lisboeta estava dominada no encontro mas rapidamente sacudiu a pressão. Bezelyuk laçado na área entre os centrais, rematou à figura.

Mas só dava Chaves e aos oito minutos, novamente pela esquerda, Fábio Martins cruzou de trivela para William mas o avançado não conseguiu acertar no alvo. Aos 15, é Braga que se isola e só com Moreira pela frente atira ao lado. Esta acabou por ser a grande ocasião do primeiro tempo.

Os primeiros 15 minutos tiveram tanta intensidade e oportunidades para a equipa da casa que estes tiveram e tirar o pé do acelerador. O jogo passou a ser dividido, e até bem jogado, com as duas equipas a procurarem construir jogo com a bola no chão, mas as defesas, principalmente a visitante, demonstravam maior acerto.

Perante uma maior passividade dos flavienses aproveitou o Estoril para tentar o golo, com Perdigão a perder uma bola que Ricardo Gomes aproveitou para isolar Bazelyuk. Este descaído pela direita viu Ricardo sair da baliza e fechar o ângulo como um guarda-redes de futsal, defendendo a bola.

A equipa transmontana voltou a aparecer ligada à corrente na etapa complementar, muito próxima do golo, mas, agora, foi Moreira decisivo para manter o nulo.

Aos 48 minutos Nélson Lenho serviu Freire na área, aproveitando a subida do central, mas o brasileiro cabeceou por cima. Aos 52 minutos, dupla ocasião, com Braga a isolar Fábio Martins, que não conseguiu bater Moreira, e na recarga Perdigão não conseguiu bater João Afonso que fez de guarda-redes mas defendeu com a cabeça uma bola de golo.

A nova e segunda vaga flaviense na busca pelo golo acabou aos 56 minutos, quando Paulinho voltou a desequilibrar ao subir pela direita e deu o golo a Fábio Martins, mas este, de cabeça, viu Moreira ser novamente preponderante.

Nunca a expressão popular 'contra a força não há resistência' fez tanto sentido como no minuto 67. Para alívio dos mais de 2500 espetadores em Chaves, ao minuto 67 a jogada teve um final feliz. Começando pelo início, a bola recuperada pela defensiva transmontana foi para os pés de Braga, que lançou Perdigão pela direita. O extremo brasileiro desta vez conseguiu fintar Joel e rematou, Moreira defendeu à primeira mas nada pode fazer perante a recarga fácil de Fábio Martins.

Sem relaxar com o golo, a equipa transmontana manteve-se por cima no encontro, mas voltava a faltar definição no último passe. Os ataques rápidos era venenosos mas apenas até certo ponto.

Aos 78 minutos, Ponck ia deitando tudo a perder quando ofereceu a bola a Bruno Gomes, mas este apenas conseguiu assustar Ricardo, falhando o alvo por pouco.

Para evitar males maiores, o Chaves tentava terminar com o encontro. Aos 81 minutos Perdigão teve o golo nos pés, mas já dentro de área atirou por cima. Um minuto depois, Paulinho serviu na perfeição o recém entrado Rafa, que de cabeça sozinho falhou a baliza perto da pequena área. Mas não foi preciso, um golo bastou para terminar o ano a vencer.