O Nacional andou toda a primeira volta para aprender a ganhar longe da Choupana. Chegou lá na derradeira oportunidade e ganhou-lhe o gosto. Repetiu a proeza no terreno do Moreirense, vencendo por 3-2, nos descontos e depois de recuperar de duas desvantagens no marcador.

Um prémio para a maior audácia insular em Moreira de Cónegos e um duro golpe para o Moreirense, que claudicou naquilo que costuma ser mais forte. Esteve duas vezes em vantagem, mas não a conseguiu segurar.

O regresso de Filipe Melo foi a nota de maior destaque no conjunto do Moreirense, permitindo a Miguel Leal voltar à sua dupla de predileta no miolo. O capitão regressou e juntou-se a André Simões à frente da defesa dos Cónegos. Já Manuel Machado voltou a apostar em Freire no eixo da defesa, estreando o central no principal escalão do futebol português com a camisola do Nacional.

Perfume de Battaglia numa primeira parte pobre

Vindos de duas vitórias nos jogos a contar para a Liga, Moreirense e Nacional encontraram-se sem a pressão dos pontos, sem a corda na garganta e com liberdade para praticar bom futebol. O Nacional até deu mostras disso. Entrou de forma atrevida no encontro, espevitado e a tentar visar a baliza de Marafona.

O problema maior esteve na finalização. Os pupilos de Manuel Machado demonstravam desacerto na hora do remate e os vários lances que poderiam causar algum perigo iam sendo resolvidos pela defesa do Moreirense, sem problemas de maior.

As tropas de Miguel Leal reorganizaram-se e com o seu estilo peculiar passaram a dominar o encontro. Sem grandes aventuras, pela certa e sem medo de jogar feio o Moreirense travou o Nacional.

Aos 38 minutos teve o tal momento de perfume, capaz de esquecer o marasmo que prevalecia até então. Grande golo do argentino Rodrigo Battaglia a servir a tradicional dose de pragmatismo do Moreirense ao seu adversário.

Lucas João carimba o triunfo para lá da hora

Manuel Machado mexeu na sua equipa logo ao intervalo, trocando um defesa por um avançado. Freire ficou nas cabines, entrando o venezuelano Rondón para o seu lugar. Aly Ghazal recuou para o lado de Rui Correia no eixo da defesa.

Sabendo de antemão que o Moreirense em vantagem dificilmente expõe a sua baliza a veleidades, o Nacional entrou com tudo no segundo tempo e precisou apenas de dois minutos para empatar, por intermédio de Marco Matias.

Entrada galvanizada dos insulares, a fazer o Moreirense passar por dificuldades. Adivinhava-se o segundo golo do Nacional, que estava melhor na partida, mas acabou por ser o Moreirense a voltar a ser feliz. Não precisou de grande aventuras para se recolocar em vantagem.

Gerso, que entrou minutos depois do intervalo, apareceu sorrateiramente ao segundo poste para empurrar para o fundo das redes um cruzamento de João Pedro que Cardozo não conseguiu emendar no centro do terreno.

O Nacional ainda teve forças para dar a volta ao marcador. Rondón, outro jogador saído do banco de suplentes, correspondeu da melhor forma a um cruzamento da esquerda e garantiu o empate. Já nos descontos, uma corrida estonteante de Lucas João deixou para trás meia equipa do Moreirense e carimbou o triunfo numa jogada individual.

Pela primeira vez na sua história o Nacional sai de Moreira de Cónegos com um triunfo a contar para o principal escalão do futebol português. Triunfo transpirado, o terceiro consecutivo, que premeia a crença demonstrada pelos insulares. Miguel Leal ficou à beira de um ataque nervos depois do terceiro golo. A sua equipa foi demasiado macia e não chegou aos 25 pontos almejados para o mês de janeiro.