A figura: Renato Santos
Na época passada ajudou o Tondela a assegurar o título da II Liga e a consequente subida de divisão. Nesta segunda-feira pode muito bem ter acabado com as esperanças tondelenses de se manterem pelo escalão máximo. Depois de já ter assumido um papel de destaque na vitória diante do V. Setúbal, o médio português voltou a aparecer em bom plano na equipa. Foi sua a primeira iniciativa boavisteira para mexer com o jogo e, pouco depois, na cobrança de um canto, colocou a bola na cabeça de Iriberri para o argentino inaugurar o marcador. Num momento chave, voltou a sair dos seus pés o caminho para a vitória. Em mais um canto, pediu a Idris para dizer que sim à esperança da manutenção boavisteira, e celebrou o golo da vitória.

O momento: Idris decide por entre a bruma (82')
O empate ajustava-se melhor à pretensões do Boavista, mas a almofada pontual soltou mais os jogadores de Sanchéz, do que os homens do Tondela, que ansiavam pelo golo que pudesse trazer tranquilidade na partida e no campeonato. No entanto, aos 82 minutos Idris elevou-se na área e cabeceou para a vitória, deixando o Tondela bem lá no fundo da tabela, e acendendo a esperança boavisteira.

Positivo: adeptos dizem presente
Que ambiente se viveu em Tondela. O estádio João Cardoso deixou o fato de gala em casa e vestiu fato-macaco. Incansáveis os adeptos de ambas as equipas no apoio às suas tropas. As campanhas de crença lançadas durante a semana surtiram efeito e os dois último classificados jogaram num ambiente que faz falta aos estádios nacionais. Apesar de jogar como visitante, o Boavista pareceu levar a melhor... pelo menos no que a cânticos diz respeito. Mas foi bonito. De parte a parte.

Negativo: Reuben Gabriel expõe a equipa
Um amarelo aos 17'. Segundo amarelo aos 35'. Seria difícil de admitir em qualquer situação, a um jogador profissional. Ainda assim, a atitude do médio nigeriano torna-se ainda mais grave numa partida da importância que esta assumia para as pretensões de ambos os conjuntos. O lance é duvidoso, mas sabendo que já estava amarelado, Gabriel tinha de se ter poupado ao risco. Tinha de ter poupado a sua equipa a esforços extra.

Outros destaques:

Idris
Teve de segurar o meio-campo sozinho depois da expulsão de Gabriel. Aguentou-se, e ao intervalo contou com a ajuda de Hackman. No final, ainda teve forças para subir mais do que os restantes para marcar um golo muito importante para as contas da equipa. Preponderante.

Zubikarai
Chegado esta semana a Tondela, o guarda-redes basco entrou diretamente no onze de Petit. O ex-guardião da Real Sociedad, de 31 anos, relegou para o banco de suplentes Cláudio Ramos que sempre deu bem conta de si quando foi chamado a jogar. Uma prova de confiança dada por Petit ao seu novo jogador. Num ou noutro lance, em alguns detalhes, notou-se alguma hesitação, normal num atleta que esteve parado nos últimos seis meses. Ao longo da partida não teve grande trabalho e parece não ter hipóteses em ambos os golos.
 
Iriberri 
O avançado que Sanchéz foi buscar à Bolívia começa a justificar a aposta. Depois de já ter aparecido em bom plano na jornada anterior, o argentino de 28 anos estreou-se a marcar pelos boavisteiros diante do Tondela. Saiu a meio da segunda parte, numa altura em que Sanchéz precisava de um avançado mais móvel, e fez entrar Zé Manuel.

Nathan
Segunda jornada consecutiva do brasileiro a marcar. É verdade que conseguiu ambos os golos de penalty, mas tnão deixa de ser importante, até, tendo em conta os auri-verdes tinham falhado quatro castigos máximos antes de Nathan ter quebrado a «maldição». Além disso, o camisola 11 do Tondela, não tremeu num momento de grande importância em que até estava pressionado pelos ruidosos adeptos axadrezados. Aos 74 voltou a estar perto do golo, num remate à entrada da área, mas a bola passou ligeiramente ao lado da baliza de Mika.