O P. Ferreira garantiu o segundo triunfo consecutivo e vai subindo na tabela classificativa da Liga. Mateus Silva e Barnes Osei marcaram para os castores, Wakaso reduziu para o Rio Ave na reta final do encontro (2-1).

Grande primeira parte dos locais, com tremenda eficácia e alguma fortuna, para resposta insuficiente dos homens de Vila do Conde na última meia-hora. O Rio Ave vê assim travada a série de triunfos na prova, embora tenha feito por merecer algo mais nos últimos minutos. Acordou demasiado tarde, ainda assim.

P. Ferreira-Rio Ave, 2-1 (destaques)

Carlos Pinto encontrou um caminho. Abraçou o risco de uma estratégia ousada, com quatro homens de caraterísticas marcadamente ofensivas, e teve como resposta duas vitórias em igual número de jornadas.

O sucessor de Jorge Simão iniciou a temporada no mais tradicional 4x2x3x1 e foi debateu-se com a crescente escassez de pontas-de-lança no plantel. Nos últimos dias do mercado de transferências, o Paços procurou um homem com essas caraterísticas, em vão. Virou-se então para Ricardo Valente, avançado móvel que tem apresentado argumentos interessantes.

Para a visita ao V. Setúbal, o treinador juntou Ricardo Valente a Welthon, o possante brasileiro que reclamava companhia. Mas fez mais. Colocou Ivo Rodrigues e Barnes Osei nos flancos do setor intermediário. No fundo, jogou sem ponta-de-lança claro mas teve dois-homens-mais-dois em busca do golo.

O criativo Pedrinho acompanhou o vigoroso Mateus Silva no eixo. 4x4x2 virado para o ataque, garantindo o primeiro triunfo na prova. 1-4 no reduto do V. Setúbal. A repetição da fórmula perante o Rio Ave trouxe novamente boas notícias.

A decisão em três minutos

Mateus Silva demonstrou que a liberdade posicional é regra neste Paços de Ferreira e surgiu na área contrária para marcar o primeiro golo do encontro, ao 16º minuto. Filipe Ferreira levantou para o segundo poste, Welthon amorteceu e o médio finalizou de cabeça. Ficam dúvidas sobre a posição de Mateus.

O Rio Ave vinha de três vitórias consecutivas mas acusou o tento consentido e não reagiu antes de sofrer o 2-0. A estratégia vila-condense ruiu em apenas três minutos.

Na sequência de uma excelente movimentação coletiva, que merece ser vista e revista, Bruno Santos cruzou rasteiro no flanco direito e Barnes Osei, que derivara para o centro, rematou de primeira para o fundo da baliza.

Nuno Capucho trocara apenas Yazalde por Héldon, por comparação com a jornada anterior e a sensacional vitória sobre o Sporting (3-1). Falhou porém a ligação entre setores, com o meio-campo do Rio Ave a embater no muro e Guedes amarrado pelos centrais contrários.

Rúben Ribeiro procurava criar os seus típicos desequilíbrios mas parecia acusar a pressão de um público hostil. O médio não deixou saudades em Paços de Ferreira e fez questão de criticar publicamente o tratamento a que foi sujeito. Os adeptos locais não esqueceram.

Até ao minuto 58, momento em que Rúben Ribeiro foi substituído, insultaram e assobiaram o jogador do Rio Ave. Este não esqueceu a sua revolta quando chegou ao banco de suplentes. Para trás ficara uma exibição pouco conseguida.

Rio Ave acordou a resposta curta

O Rio Ave viveu assim de momentos de inspiração, desta vez reservados a Hélton e Gil Dias. O jovem que deslumbrou frente ao Sporting tentou assumir e esteve melhor na etapa complementar, vendo Mário Felgueiras negar-lhe o golo com uma hora de jogo.

A melhor oportunidade da equipa de Vila do Conde na etapa inicial veio do pé direito de Wakaso, que levou a bola a desviar no poste da baliza pacense. Já na fase de maior pressão dos visitantes, com o recuo obrigatório do Paços de Ferreira, Tarantini falhou de forma incrível após cruzamento de Pedrinho. Decorria já o minuto 71.

Capucho trocara apenas de médios criativos – Rúben Ribeiro por João Novais -, enquanto Carlos Pinto optava por refrescar o carrocel ofensivo. O treinador enviava sinais positivos para o terreno de jogo, mantendo várias unidades de pendor atacante.

O técnico do Rio Ave, por outro lado, esperou pelo último quarto-de-hora para arriscar. Nessa altura tirou Tarantini para lançar Yazalde, procurando aumentar o cerco à baliza de Mário Felgueiras.

Seria Wakaso, porém, a descobrir o caminho com um remate portentoso do meio da rua, colocado, sem hipóteses para Mário Felgueiras. O Paços de Ferreira sofreu até final, arriscou a perda de dois pontos, mas foi bafejado pela felicidade. Castigo para a primeira parte sofrível da equipa de Vila do Conde.