Primeiro golo e primeira vitória. O Belenenses sai a sorrir de Tondela, depois de um jogo difícil, resolvido a partir do banco. Um minuto depois de entrar, Gerso descobriu o que ninguém em campo tinha conseguido: o caminho do golo. A diferença fez-se numa arrancada, num duelo equilibrado.

Já diz o povo que as boas intenções não conduzem ao céu. E podemos acrescentar que aos golos também não. Isto porque a atitude de Tondela e Belenenses não pode ser posta em causa. Houve vontade de fazer algo diferente, mas faltou arte, umas vezes, perícia, noutras, sorte, por fim. O caminho para o único golo do jogo foi duro.

Houve intenção, faltou melhor futebol, em suma. O domínio de jogo foi dividido e as duas equipas tiveram oportunidades para dar um abanão no marcador. Mais flagrantes as do Belenenses, contudo. Primeiro por Gonçalo Brandão, logo aos cinco minutos, num remate dentro da área que passou perto. Mas, sobretudo, por André Sousa, na mais escandalosa perdida da tarde, ainda antes da meia hora. O sérvio percebeu o atraso de Pica para Cláudio Ramos, intrometeu-se, driblou o guarda-redes e…atirou ao lado.

VENTURA, GERSO e os outros DESTAQUES do jogo

Entre uma e outra ocasião, porém, o Tondela pegou no jogo. Com um estilo mais direto, usando e abusado de lançamentos dos centrais para os homens da frente, a equipa de Petit foi criando perigo enquanto o Belenenses não encontrou o antídoto para o esquema contrário.

Wagner e Murillo, rapidíssimos, surgiam nas costas da defesa lisboeta e assustavam Ventura a partir daí. O jogo mais trabalhado do Belenenses não se adaptava à verticalidade contrária, mas nenhuma das formas de jogar resultava no pão do futebol: os golos.

Gerso traz a chave do golo, Ventura segura os três pontos

O segundo tempo não foi muito diferente. Embora o domínio, sobretudo no capítulo da posse de bola, tenha sido mais evidente por parte do Belenenses, os caminhos continuaram bloqueados por muito tempo.

Houve, também, menos oportunidades para marcar, mas não deixaram de chegar. A mais flagrante, antes do golo, foi de Claude Gonçalves, que entrara pouco antes para o lugar de Fernando Ferreira, mas, na cara de Ventura, permitiu a defesa.

Enquanto as trocas de Petit não mexiam na estrutura da equipa, Velazquez usava o João Cardoso, estádio local, como tubo de ensaio. Primeiro tirou o apagado Andric para colocar Vítor Gomes, abdicando de uma referência na área. Mas a dupla Sturgeon-Miguel Rosa durou pouco tempo, porque não muito depois, o técnico juntou-lhe Gerso. E ganhou aí o jogo.

Na primeira ação em campo, em contra-ataque, Gerso teve espaço na esquerda para ir até à área. Rematou, a bola sofreu o desvio e Sturgeon confirmou o golo (para lá da linha?).

Até ao fim, em dois livres a papel químico, o segundo do qual resultou a expulsão de Domingos Duarte, o Tondela esteve perto de empatar, mas Ventura levou a melhor em ambos.

O empate aceitava-se, a vitória do Belenenses não é o resultado mais injusto da história do futebol. Para as duas equipas fica a lição: o caminho para o golo tem de ser, necessariamente, mais curto ou a época acabará por ser longa.