Figura: Herrera muda o jogo

Sentiu tremendas dificuldades no seu «habitat» natural, à frente da defesa, para travar as constantes movimentações de Gaitán, Pizzi, Mitrouglou e Jonas, mas depois subiu bem no terreno, no apoio ao ataque e foi ele que serenou o FC Porto, com um golo inesperado. Era o Benfica que estava por cima do jogo, mas o mexicano silenciou a Luz com um remate cruzado, da esquerda, que levou a bola a entrar bem puxada junto ao segundo poste, sem hipóteses para Júlio César. Teve nova oportunidade ainda na primeira parte, quase do mesmo sítio, depois de uma arrancada de Brahimi e passe de André André, mas desta vez o remate cruzado não lhe saiu tão apurado e passou ao lado. Um golo importante que permitiu ao FC Porto recuperar equilíbrio. Até ao intervalo manteve-se o ascendente do Benfica, mas agora a equipa de Peseiro já respirava.

Confira a FICHA DO JOGO

Casillas, decisivo

Decisivo com três defesas de elevado grau de dificuldade. A primeira, já depois do primeiro golo, talvez a mais espetacular da noite, em voo para anular um remate de Jonas que lhe ia a fugir. A segunda a sair aos pés de Gaitán que lhe surgia destacado pela frente depois de um rápido contra-ataque do Benfica, numa altura crucial do jogo, em que o Benfica ameaçava recuperar a vantagem no marcador. Na terceira, o internacional espanhol revelou os seus mais apurados instintos para ir buscar um desvio traiçoeiro [remate?] de Martins Indi. Figura no jogo, determinante no resultado.

Layún, mais uma assistência

Mais uma assistência na Liga e já são catorze só na Liga. Voltou a ter o corredor esquerdo praticamente por sua conta, uma vez que Brahimi descaiu muitas vezes para a zona central, para perto de Aboubakar. Depois de dois sustos no início do jogo, com o mexicano a sentir dificuldades para acompanhar a velocidade de Pizzi, refreou as subidas pela ala, contando, nesse período, com o apoio de André André. Numa das poucas vezes que ousou subir, assistiu Herrera para o golo do empate. Determinante na segunda parte, quando Rui Vitória decidiu abrir o jogo para as alas, com as entradas de Carcela e Salvio. Aí o mexicano concentrou-se definitivamente na defesa do seu corredor e só subiu para os lances de bola parada.

Danilo Pereira, aposta ganha de Peseiro

José Peseiro decidiu mantê-lo à frente da defesa e o jogo acabou por dar-lhe razão. Com o Benfica a afunilar o jogo para a zona central, Danilo acabou por ser determinante na sua posição habitual, mesmo depois de ter sentido muitas dificuldades para travar o ímpeto inicial do adversário no arranque do jogo. Serenou, como toda a equipa, depois do golo de Herrera e empenhou-se, recorrendo ao seu poderio físico, a estancar as investidas pelo Benfica pelo seu território, numa batalha incessante com Jonas e Mitroglou, saindo muitas vezes a jogar, dando mesmo início a vários contra-ataques do FC Porto.

Chidozie, a surpresa correspondeu

A grande surpresa no onze de José Peseiro, face às ausências de Maicon e Marcano, e a única possibilidade que o treinador tinha para manter Danilo no comando de um sector primordial. Sentiu algumas dificuldades no início do jogo para estancar o volume do jogo do Benfica, como toda a equipa, mas depois serenou, defendendo à zona, mas com maior disponibilidade física do que Martins Indi para ir fazer as dobras às laterais. Acusou problemas físicos no final da primeira parte, mas acabou por recuperar e foi ganhando confiança na segunda.

Brahimi, entrou mal, mas depois cresceu

Uma exibição em crescendo do argelino. Entrou no jogo trapalhão, desenquadrado do jogo, muito agarrado à bola e com uma série de passes errados, mas foi afinando a sua exibição e acabou em grande. Quando o FC Porto se soltou da pressão do Benfica, depois do golo do empate, o argelino ganhou finalmente influência no jogo, segurando a bola quando era preciso, provocando desequilíbrios na defesa encarnada. Fantástica a combinação com André André que lhe permitiu fazer a assistência para Aboubakar marcar golo da vitória.

Maxi Pereira, resistiu à pressão da luz

Se estivéssemos de olhos fechados, era fácil perceber quando Maxi tinha a bola. Sempre que a bola chegava aos pés do uruguaio. o inferno da Luz reagia com uma tremenda assobiadela, uma banda sonora que se prolongou ao longo do jogo com os adeptos a mostrar que não vai ser fácil esquecer a mudança de camisola. Além dos assobios, o lateral teve ainda direito a uma passadeira vermelha, dos muitos cartões, aqueles que tinham sido utilizados na coreografia inicial, a serem lançados na sua direção. Uma passadeira de cartões vermelhos a abrir caminho para o lateral que, apesar de não ter estado ao nível de outros dérbis, nunca acusou a pressão que a Luz lhe tentou colocar.

Confira os destaques do Benfica